BAIXA: QUANTO VALE UM ESTACIONAMENTO? -A SIDÓNIO O QUE É DE SIDÓNIO

(ERA ESTE O ASPECTO DO LARGO DAS AMEIAS, À HORA DO ALMOÇO)



Escrevi aqui no Blogue, e publiquei no Diário de Coimbra de hoje, o texto com o título em epígrafe a que faço referência, em que defendo que o espaço em frente à Igreja do Reino de Deus, na Rua da Sota, que foi projectado para área pedonal, deverá continuar como tal.
Neste texto -reconheço que por pecado meu, porque não tinha acesso a Sidónio Simões, director do Gabinete para o Centro Histórico- apenas faço referência às declarações, que coloco entre aspas, do presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, Carlos Clemente.
Hoje, depois de ter estado a conversar com o engenheiro Sidónio, fiquei a saber que a decisão de alterar o que anteriormente fora prometido ao presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu não fora da sua responsabilidade. Tal deliberação foi emanada de Carlos Encarnação, presidente da Câmara Municipal de Coimbra.
No entanto há um dado novo que esteve na origem do recuo de Encarnação: ao que parece, vários comerciantes da Rua da Sota solicitaram à Câmara Municipal que naquele espaço destinado a peões, e agora ocupado com viaturas, fosse transformado em parque de carga-e-descarga com parquímetro.
Não é que estes novos dados alterem muito o que anteriormente escrevi. Continuo a pensar que o centro histórico precisa dos automóveis para trazerem pessoas e, mais ainda, necessita de espaços urbanísticos agradáveis para as manter cá. Uma das grandes lacunas –também nessa altura o escrevi no jornal- foi não terem aproveitado, em 1999, o Largo das Olarias para fazerem estacionamento camarário por baixo e uma bonita praça arborizada por cima. Enfim, já está, já está, mas a Baixa precisa de espaços verdes no meio do casario. Bem sei que tem o parque da cidade e o bem sucedido “Parque Verde”, mas fica longe. Falta aqui um interface urbanístico que melhore as condições de vida a quem cá vive e tenciona vir para cá residir.
As pessoas são muito egoístas –a começar pelos próprios comerciantes que só olham para o seu umbigo. Se pudessem estacionavam os carros dentro dos estabelecimentos. Pouco se importam se estão a danificar um piso de pedra lajeada que custou milhares de euros para embelezar a cidade (veja as fotos dos carros que estavam estacionados à hora do almoço em zona pedonal, no Largo das Ameias, Junto ao Café Angola.
Voltando ao tema que me levou a escrever esta carta, sem adicionar este novo elemento das pretensões dos comerciantes da Rua da Sota, o meu anterior texto fica amputado. Dá a parecer que se tratou de uma decisão arbitrária do Director para o Centro Histórico, Sidónio Simões. Já vimos que não foi assim. A cada um o que é seu. Não é minha intenção ser injusto e muito menos faltar à verdade. Aliás, tenho essa obrigação…se quero continuar a usufruir de seriedade e credibilidade.
Pela minha omissão, de certo modo, ainda que não deliberadamente, sendo injusto, devo ao engenheiro Sidónio Simões, as minhas desculpas. Não voltará a acontecer. Fiquei a saber que sempre que precise de o ouvir para assuntos relevantes, em que eu escreva sobre a Baixa, ele estará disponível. Ainda bem. Ganhamos todos. Fiquei contente.