quinta-feira, 13 de agosto de 2009

VIDAS






As coisas que eu já vivi,
desde o dia em que nasci,
são memórias em turbilhão,
imagens em supetão,
muitas delas que esqueci;
Minha mãe me embalava,
o meu pai nos confortava,
naquilo que mais podiam,
as posses não eram muitas;
Os sonhos eram limitados
à caverna onde viviam,
acreditavam que as sombras
lhes davam tudo o que queriam;
Mas eu queria muito mais,
sonhava com um mundo novo,
larguei o ninho e os beirais,
fiz a mala, acenei ao povo;
Entrei na cidade iluminada,
fiz de tudo a trabalhar,
fui guerreiro na mansarda,
prisioneiro sem reclamar;
Quis ser mais na igualdade,
entrei na Universidade,
chorei na porta grande,
por lá andei sem vontade;
Enganei, fui enganado,
amei muito, fui mal amado,
traí muito, e fui traído,
caí no chão, fui amparado;
Roubei com intenção,
fui roubado sem caução,
a mim e a eles perdoei,
máguas nunca guardei;
Uma coisa posso dizer,
nunca ninguém odiei,
a todos, tentei entender,
somos o que podemos ser,
nunca fui o que sonhei.

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