sexta-feira, 21 de agosto de 2009

O SEXO DA CAMPEÃ MUNDIAL

(A ATLETA OLÍMPICA-FOTO DO SOL)

(JACOB ZUMA)



Como se sabe, estalou a confusão acerca do sexo –em género- da atleta Caster Semenya, que venceu a prova de 800 metros, por haver suspeitas sobre a sua feminilidade por parte da Federação Internacional de Atletismo (IAAF).
Segundo o Sol online, “O presidente do Comité Olímpico Sul-Africano (CON) já criticou o tratamento dado a Caster Semenya: “condenamos a forma como foi tratada com estas especulações e acusações que circularam na imprensa, especialmente no dia em que disputou a final de um grande evento”.
Ainda segundo o mesmo jornal, “A família da atleta confirmou à imprensa sul-africana que Caster é mulher. “É minha filha. Eu criei-a e nunca tive dúvidas sobre a sua feminilidade. É uma mulher e posso repetir isso um milhão de vezes”, declarou o pai da atleta ao jornal sul-africano The Swetan. “É injusto. Gostaria que deixassem a minha filha em paz”.

Será que estaremos mesmo perante uma discriminação absurda? Eu cá não acho. No entanto, até porque é preciso calar esta injustiça, ponhamo-nos no lugar dos inquisidores da Federação Internacional de Atletismo. Perante as evidências, será que faríamos diferente? Eu duvido.
Comecemos a analisar as razões, uma-a-uma: A primeira, delas, é o facto de Caster ser feia como uma bota da 2ª guerra. Claro que, nisso, ela não tem culpa. Isso é genético, basta olharmos para o primeiro-ministro da África do Sul, Jacob Zuma, para compreendermos. Até aposto que os pais não lhe ficam atrás. Ora, partindo destes pressupostos hereditários, como poderiam eles gerar algo belo? A rapariga tem culpa disso? É óbvio que não.
Outra questão que se levanta é o nome da campeã. É lógico que o Comité Olímpico deixou-se levar pelo “Caster” e associou-o a “Castor”, um mamífero roedor, um anfíbio com pêlo castanho que habita no Norte da Europa. É masculino, pois claro. Ou então, ainda pior, o pessoal do comité da Eugenia, digamos assim, sem ofensa, como não deixam passar nada, às tantas, já estou a ver, ligaram “Caster” com “castração”, acto ou efeito de extrair os órgãos reprodutores. E é evidente, tomaram-na como um eunuco. Já estou a imaginar os fiscais da sexualidade a olharem para a campeã e, ponto-por-ponto, assimilando tudo, a proferirem a douta sentença: “primeiro é feia como o raio que a parta, sem ofensa. Segundo, sai ao pai em tudo, é no cabelo, é na cara, é no peito, é no corpo todo. Portanto, é homem sem margem para dúvida. Além de mais, imaginemos por hipótese que nos enganámos, a consubstanciar, nas partes pudibundas, a não se notarem as protuberâncias masculinas, isso deve-se, de certeza absoluta, à orquidectomia, remoção dos testículos. Nasceu homem, agora faz-se passar por mulher. “Trigo limpo, farinha amparo”, pensaram, e bem, os zelotas do desporto. Saliento que se fosse eu, conhecendo-me como me conheço, faria igual, de premissa em premissa, chegaria à mesma conclusão.
Depois, para complicar mais a coisa é o sobrenome…”Semenya”…”Semenya”. Claro, só pode ligar a “sémen. Logo, é preciso demonstrar mais alguma coisa? É homem. O que admira é o pai da atleta não ter mudado o apelido. Foi um deslize, está de ver. Foi fatal.
E, portanto, deixemo-nos de críticas fáceis. Aceitemos as coisas tal como são. É mais que certo que os analistas da federação viram imediatamente tudo isto. Está mais que provado, é macho e mais nada. Decidiram, está decidido. Pronto!

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