Hoje, a cidade está envolta num manto de calor seco e tórrido. Percorrer as ruas da calçada, Visconde da Luz e Ferreira Borges, nos quase 40 graus, revela-se tarefa pouco cómoda. Vê-se as pessoas, tentando fugir aos raios solares, a caminharem ao longo da berma, a procurarem a sombra dos prédios.
É nestas alturas que me lembro, e trago aqui essa memória, de um projecto do PSD, aquando da candidatura à Câmara Municipal de Coimbra (em 2002), que, quanto a mim, continuará a fazer sentido. Tratava-se, seguindo o exemplo de algumas cidades italianas, de cobrir estas duas grandes artérias. O anteprojecto ainda foi defendido pelo então vice-presidente Pina Prata, mas, como a amizade com o presidente Carlos Encarnação começou a esboroar-se, ruiriam os três planos juntos, envoltos em poeirada, com alguma celeuma à mistura: o anteprojecto de cobertura, a amizade, e o próprio Pina Prata, que seria apeado de braço-direito.
Curiosamente, e contrariamente a estas largas ruas, nestes dias assim de canícula, é um gosto muito grande passear nestas ruelas estreitas. Parece formar-se um microclima, com uma leve brisa fresca. Os nossos antepassados, por alguma razão as construíram assim, quase funiculares. Um espectáculo…
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