sexta-feira, 17 de outubro de 2008
PENSANDO NO VAZIO
Um homem dorme num banco,
estranhamente, verde-esperança,
com a boca-aberta de espanto,
sonha que o sofrimento é uma lança,
ai!, se pudesse chutar para canto,
fugir desta vida que é uma cagança,
e faz pecar qualquer santo;
Ao lado está outro, observando,
bem vestido, de porte altivo,
como “na bezerra” pensando,
embora sem aspecto aflitivo,
talvez até esteja cantando,
uma qualquer trova de amigo,
triste, de coração sangrando;
Ambos esperam a morte,
qualquer deles não escapa,
sentados num banco de porte,
mesmo que comprem uma capa,
nenhum deles vai ter a sorte,
de a enganar à “sucapa”,
ninguém a leva no corte;
Pode ser pobre ou remediado,
empresário ou indigente,
vagabundo ou soldado,
equilibrado ou demente,
mesmo que nunca fosse amado,
desde que viva e seja gente,
a diferença: é saber morrer consolado!
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