Alguns comerciantes da Baixa estão indignados com a Polícia Municipal (PM). Hoje, na Rua dos Sapateiros, do Corvo e outras transversais, a conversa era toda a mesma. Se esta polícia, metaforicamente, enquanto corpo unificado, tivesse ouvidos, de certeza absoluta, que teria andado com eles vermelhos como um pimentão. Claro que a PM não tem mãe, mas, mesmo assim, a indignação dos profissionais do comércio ia direitinho para os “hijos de madre qui non si puerta bien”.
Segundo me contaram, parece que ontem, entre as 19 horas e as 19 e 30, a PM fez uma razia no antigo Largo do “Bota-a-abaixo”, agora conhecido como Largo da Loja do Cidadão. Foi tudo a eito. Até uma carrinha de fruta, que, segundo testemunhas, estava a descarregar, levou com o selo em ferro nas rodas.
O que mais os indigna nem é tanto o facto da multa em si. Têm noção que quem prevarica tem de ser sancionado. O que mais os irrita é o avançado da hora. “Repara, eram praticamente 19,30, tem alguma lógica andarem a multar os carros quando as lojas encerram às 19 horas? Isto é nitidamente caça à multa. Estes fulanos querem acabar com isto!”, refere-me, irritado, um comerciante da Rua do Corvo, no meio de mais dois vizinhos e também com estabelecimentos naquela artéria.
“Porque é que o presidente da Câmara não os coloca (os PM) aqui à noite a patrulhar a Baixa? Não interessa. Isso não lhes traz proveitos. Não enganam ninguém, estão-se a marimbar para a nossa segurança. A PM só serve para multar e mais nada!”, refere outro do grupo.
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