sábado, 11 de outubro de 2008
CALMA, SENHOR ZÉ!
As lojas da Praça Velha,
na cidade de encantar,
outrora foram uma flor,
agora parecem murchar,
num largo que falta ardor;
Senhor Zé está junto à porta,
olhando a gente que passa,
parece que nem se importa,
como se perdesse a graça,
tem a vida toda torta;
Já não tem aquele brilhar,
nos olhos de perdição
senhor Zé está acabado,
quase sem explicação,
está todo desmotivado,
até para a Anunciação;
Pois!, já nem consegue dormir,
quanto mais dar-lhe carinhos,
só pensa que vai falir,
já só fala com anjinhos,
faz promessas com sentir,
apela a todos os santinhos;
Senhor Zé está um farrapo,
quem o viu e quem o vê,
encostado, parece um trapo,
já nem entende o que lê,
seu coração bate fraco,
a interrogar o “porquê”?;
Já nada o faz animar,
nem a boa da Vitália,
quando passa a provocar,
mostrando-lhe a nova sandália,
fingindo que vai escorregar,
como se fosse uma dália,
para o senhor Zé pegar;
Coitada da Anunciação,
já não sabe o que fazer,
para o Zé ganhar tesão,
ganhar gosto por viver,
até lhe dava um “prendão”,
o seu Zé não pode morrer.
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