sábado, 4 de outubro de 2008

"REPÓRTER ESTRÁBICO": O PRIMEIRO SÁBADO DE OUTUBRO




São cerca de 16 e 30. Neste princípio de Outubro, em pleno Outono, está uma tarde primaveril. A Rua Eduardo Coelho, tendo em conta que é fim-de-semana, está relativamente bem movimentada de peões. Por isso ou não, salienta-se os bastantes estabelecimentos abertos nesta artéria, outrora apelidada de “Sapateiros”. No início da rua, vindo da Praça 8 de Maio, no Largo do Poço, está o Salão Brazil de portas abertas a convidar o transeunte a subir as escadas e visitar o seu restaurante, no primeiro-andar.
A seguir, já na Rua dos “Sapateiros”, está o Baião, na “Sapataria Teresinha”. Quase ao lado, na “Beauty”, um pequeno estabelecimento amoroso de pijamas e outros artigos, o Filipe. Continuando na mesma rua, e no Largo da Freiria, um apêndice desta artéria, estão abertos o Sérgio, com o seu “Snack-bar Padaria popular”, e o “O Encanto da Freiria”, uma casa de velharias e antiguidades, com o Luís como timoneiro desta casa de recordações do passado. Mais à frente está a “Sapataria Ecco”, com a Sara a tomar conta do negócio. Andando mais um pouco para a frente, está a “Perfumaria Balvera”, com a Lena, uma simpática funcionária da casa. Ao lado, na Rua Velha, está o Victor, proprietário da "Tasca da Graça". Quase em frente duas sapatarias abertas a dar o bom exemplo, que deveria ser recorrente a todo o tecido empresarial da cidade, numa está o Paiva (o proprietário das duas lojas) e na outra está a Fátima, funcionária daquele.
Engraçado, pelas suas feições, todos parecem satisfeitos. Não diria felizes, porque o tempo presente de preocupação económica, não está para essas manifestações anímicas, no entanto, parecem serenos. Como se, com o seu gesto de abrir ao sábado à tarde, sentissem que estão imbuídos de uma missão, tentando que outros colegas do mesmo ofício, numa necessária mimética, copiem o seu exemplo.
Bonito, esta comparticipação colectiva nesta rua, não acha?
E, para além de ser um serviço cívico em prol da Baixa, faz todo o sentido. Os sábados, de manhã, para o negócio, quase não têm inscrição, então, nesse caso, tem toda a lógica o comércio estar aberto à tarde.
Claro que a Câmara deveria fomentar a abertura do comércio aos sábados todo o dia. E como, pergunta você? Olhe, com medidas simples, por exemplo, deveria recolher o lixo (veja a foto tirada às 17,00). Para além disso, deveria isentar o pagamento de estacionamento na via pública durante o sábado todo o dia. Actualmente é pago das 10 as 13 horas. Há outras medidas que poderiam ser implementadas para motivar todos os comerciantes, mas, para não maçar, conto-lhe outro dia.

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