(Foto desviada da página de Celeste Correia)
Hoje, das 13h30 até às 15h00, a
denominada Orquestra de Músicos de Rua de Coimbra esteve a actuar na Rua Ferreira
Borges, ao cimo das escadas de São Tiago.
De aqui em diante, duas vezes por
semana e no mesmo horário, este agrupamento popular tocará na Baixa. Às Quartas será neste mesmo
local, ao cimo das Escadas de São Tiago, e às Sextas-feiras será no Largo da
Portagem, junto às esplanadas.
Os instrumentistas de hoje foram
o Luís Cortês, no órgão, o Lourenço e o Quintans, nas violas, Celeste e o
Emanuel, nas vozes, o Paolo, no acordeão, e o Gastão, no clarinete. Deu umas
moedinhas, que foram divididas pelos seis –eu não recebo nada por os
acompanhar. Aliás, até pago, porque fotocópias e outras despesas, como
transporte, por exemplo, são à minha conta. Mas não me importo, o gozo que me
dá juntar-me a estes bons músicos vale tudo. Escrevo isto porque me chegou em
recado que eu toco e recebo dinheiro. Nunca recebi nada, que fique claro. Mas,
atenção, no futuro não se sabe. Para além de poder vir a necessitar, quem sabe
se poderemos atingir um grau de qualidade excelente e, em espectáculos, nos
paguem bem? Não coloco de parte esta hipótese. Para já são meras conjecturas.
Talvez me fique mal dizer que foi
uma maravilha sentir que os transeuntes páram para nos ouvir e, alguns, ficam
largos minutos a saborear as melodias. Para nossa vaidade, uma das senhoras,
que esteve mais de um quarto de hora à nossa frente, quando acabámos o
desempenho interrogou: “já acabaram? Não tocam mais? Vocês vendem este disco?”
Bolas!, eu sei que isto é
vaidade, mas fiquei ufano. Estávamos a tocar e cantar a “Profecia”. Fui eu que compus, música e letra,
e isso, eu que sou um músico frustrado –no sentido de que não pude nunca
mostrar o que fazia- dá-me um orgulho danado. Entre dezenas e dezenas de
composições, esta é talvez a que me dá mais prazer tocar e cantar. É linda,
linda… para viver, ainda que fale da morte. Convido-o, leitor, a na próxima
sexta-feira ir ouvir ao vivo não Largo da Portagem. Quem sabe, se conseguirmos
verba, um dia destes possamos gravar um disco. Deixo-lhe aqui a letra:
PROFECIA
Quando eu morrer,
qualquer dia,
não quero gente a chorar,
quero sentir alegria,
de ninguém se lamentar;
Quero uma grande
festa,
com cantares que eu cantei,
quero partir desta,
da mesma forma que entrei;
Quero um bolo muito
grande,
vinho tinto a jorrar,
quero ter gente feliz,
para me acompanhar;
A vida é uma
passagem,
entre o nascimento e a morte,
é um vento, é uma aragem,
um virar de página, um corte;
Para tristeza já me
basta,
a vida que eu levei,
agora que já estou livre,
quero dar o que não dei.
2 comentários:
muito bem! não conhecia...espero cruzar-me com a banda um dia destes.
Seja bem-vinda ao clube de fans. Mostre-se, garanto-lhe um autógrafo. Não se ria (eheheh. Os Beatles começaram numa garagem. Nós já passámos essa fase,já estamos em digressão...na rua. Quem sabe, daqui a uns anos, essa nossa singela assinatura possa valer milhões? Está a rir-se outra vez? Fogo, a menina é incorrigível, vai desculpar.
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