quarta-feira, 3 de abril de 2013

DÃO-SE ALVÍSSARAS...

(Imagem da Web)


 Como ressalva, esclareço que sou um homem de paz. Não bato em pessoas, nem no meu cão, nem no meu gato. Aliás, tomara eu que ninguém se vire a mim –claro que se o fizerem, tenho de confessar que me agarro a todos os instrumentos possíveis e imaginários para me defender.
Isto tudo para dizer que, apesar da salvaguarda que enunciei, estou furibundo com um tipo –por acaso não conheço- que não pára de me agredir psicologicamente. Podem até pensar que estou imbuído da teoria da conspiração. Nada disso! Este fulano, que nunca vi, volto a dizer, não deixa de me chatear. É de manhã, É à tarde. É à noite. E até mesmo quando durmo lá estou a levar com a má disposição do fulano. Vou confessar mais uma coisinha, suspeito que aqui anda a mãozinha do Governo. O que está acontecer comigo –que penso que também incomoda outros-, nesta repetição continuada, não pode ser natural. Sei lá, às tantas anda lá o Relvas, a mexer os cordelinhos. Ainda digo mais, estou disposto a pagar bem para lhe chegarem a roupa ao pelo e darem um enxerto neste sujeito que, obsessivamente, influi no meu bem-estar. Podem até pensar que estou para aqui a lamuriar como uma Madalena, mas, porra!, tenho razão. Não aguento mais esta chuva que não deixa de me aborrecer. Alguém conhece o São Pedro? Se alguém possui informações a seu respeito. Digam. Isto não pode continuar, carago! Se fazem tantas manifestações, contra isto e aquilo, por que razão não se revelam as pessoas contra a tirania do santo? Por ser santo? Será? Fosca-se, irrita-me esta passividade total. Se fosse qualquer medida governamental assim no jeito da Taxa Social Única, estava de ver, caía o Carmo e a Trindade. Como é chuva social única para toda a gente, sem Sol, ninguém lhe levanta a voz. Admite-se? Admite-se como, se ele para além de andar a dar cabo da moca ao pessoal ainda destrói tudo o que custou tanto a construir, desde casas até estradas? Fosca-se outra vez! E, considerando que o povo não é violento como eu, porque não fazem umas romarias, assim no género de promessas públicas, para que o homem imaginado à nossa imagem deixe de fazer diatribes? Se fosse o contrário, se tivéssemos muito Sol e faltasse chuva, é de prever, lá para baixo, lá para o Alentejo já estávamos fartos de levar com pedidos públicos e ofertas de um cabrito em sacrifício. Como temos falta de calor do astro-rei já ninguém levanta a garimpa. Está certo isto? E ainda digo mais, a hierarquia católica, sempre tão lesta a criticar o Governo, porque não se insurge contra os desmandos ditatoriais de um dos seus? Por que não fala nada?
E na Assembleia da República, por exemplo, porque não se junta o Governo à oposição e apresentam uma moção de censura ao senhor de todos os tempos e climas?
Mas o que estará por detrás de Pedro? O que o fará proceder assim? Será que ensandeceu de vez? Será da idade? Será que está irritado com o que se passa na Europa e, irado, deu em castigar tudo a eito? Será que pela sua proveta velhice se sente só? Não faço ideia, mas especulo: será que sente a falta de uma mulher? Quer dizer… tendo em conta que é celibatário… agora, mas dizem as más-línguas que Pedro foi casado. Ora se foi, é lógico que está ressabiado –ressabiado não, está carente- com a falta de uma mulher. Mas… mas e eu tenho alguma coisa com isso, por acaso? Nem sou mulher nem nada. Bom, se fosse, quem sabe para evitar mais desgraças, até me entregava nos seus braços. Que não fosse por isso que continuava a ser infeliz. Será que ainda vamos gramar esta sua má-vontade muito mais tempo?

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