Na última edição d'O Despertar escrevi um texto "Reflexão: Baixa Quo Vadis? Uma das entidades, no seu legítimo direito, entendeu insurgir-se contra o que escrevi. Retirando por minha iniciativa a identificação, entendi que deveria publicar aqui a minha resposta. A sua admoestação à minha forma de pensar e agir, penso, deve dar que pensar. Não tenho a certeza de que dê. Pelo sim, pelo não, fica aqui a minha alegação:
Exm.º Senhor (…)
Em resposta ao seu e-mail, ponto
por ponto, começo por lhe dizer que quando escrevi “Esta gente quer saber da
recuperação da Baixa para alguma coisa?" incluo V. Exª, sim. Aliás, tal
como todos os que nomeio por igual. Ao escrever numa certa ambiguidade foi
intencional. Não quis particularizar. Como penso que o senhor sabe, sou muito
ignorante, mas sei que existe o que descreve.
Continuando, escreve V. Exª: “Mas, caso se confirme ser a mim que se
refere gostaria de esclarecer que por razões familiares de muitos conhecidas,
há já vários anos que praticamente não passo os fins de semana em Coimbra, pelo
que tive o o cuidado de pedir a um dos membros para me representar na referida
cerimónia, o que, efectivamente, aconteceu."
Lamento,
mais uma vez, ter de nadar contra a sua
corrente e desmenti-lo: ninguém esteve presente das entidades que citei.
Muito menos o senhor que descreve. Eu estive lá. Portanto, citando as suas
próprias palavras, “efectivamente (não) aconteceu”.
V. Exª
não pode pedir rectificação a uma verdade absoluta. No entanto, se preferir,
escreva para o jornal O Despertar a contrariar o que foi plasmado.
Continuando
a citar as suas palavras, “ desejaria tão só fazer-lhe eu uma pequena e
simples pergunta: Será que V.ª Ex.ª já se terá porventura interrogado alguma
vez, se os processo de intenção, as afirmações e os juízos definitivos que faz,
de forma tão convicta, sobre os comportamentos dos outros não serão, por vezes,
mais prejudiciais do que benéficos à causa da Baixa que pretende assumir?"
Meu caro senhor, aqui vou dar-lhe
razão: tenho a certeza de que não vou conseguir grande coisa. Apesar disso, em
minha defesa, alego que me recuso a fazer o jogo de cintura de que a maioria
faz. Tenho a mania que sou diferente? Provavelmente. Mas sabe por que escrevo
conforme penso? Vou responder-lhe à letra: estou farto de pessoas influentes,
que ocupando lugares de relevo e que andam constantemente com a Baixa na boca,
façam gato-sapato dos pequenitos, dos
trabalhadores (não me refiro a mim), das pequenas instituições como o Rancho de
Coimbra, por exemplo. Se lá estivesse a televisão, meu caro senhor,
garantidamente estariam todos. Na parte que me toca, estou farto da hipocrisia
reinante da classe dominante –vai desculpar, mas por silogismo, incluo V. Exª.
Esta classe de topo apenas olha para os iguais no mesmo estatuto. Despreza os
humildes. Eu sei do que falo e do que escrevo. Poderá até pensar que me
pronuncio assim por frustração de não pertencer ao meio. Puro engano, meu
senhor. Sou humilde –na minha apreciação de humildade- e pertenço à ralé com
orgulho. Não faço jogos de cintura, recuso-me a vender a alma a troco de
benefícios pessoais. Bem sei que não vou longe. Paciência. Também não almejo
grandes voos. Sou racional e terra à terra.
Com os melhores cumprimentos.
Luís Fernandes
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