Ontem estava dentro de uma loja
da Baixa. Entrou um indivíduo e, assim meio titubeante, a vacilar, interrogou a
dona: “ aqui ao lado não há um ervanário?”. A lojista, mais sabida do que um
lente da Universidade, viu logo o que o homem procurava e replicou: “o senhor
procura um cartomante, que deita cartas, não é?”. E o homem, como se fosse
apanhado na curva a 100 à hora pela GNR, ainda gaguejou mais: “sim, é isso é!
Ele está fechado hoje?”. E a dona do negócio lá o informou e o homem saiu. Cá
fora estavam duas mulheres de longas saias. Pela aparência, sem margem de erro,
eram ciganas.
Em conversa com a senhora do
estabelecimento entabulámos que, em face da amostra, até o povo cigano, que ao
longo da nossa história recente nos habituou a fazer uso da leitura da sina, abandonou este velho costume tão seu e rendeu-se à cartomância.
Esta narração terá alguma coisa
de especial? Não, não tem. Apenas achei curioso.
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