Com um tempo cálido, de boa onda,
ontem, cerca das 21h30, no logradouro em frente de “A Brasileira”, na Rua Ferreira
Borges, perante cerca de uma trintena de pessoas, quase os mesmos do primeiro e
segundo encontro, com excepção da vice-presidente da Câmara Municipal de
Coimbra, Maria José Azevedo, que marcou presença entre a assistência,
iniciou-se a “3ª Tertúlia: Coimbra, Património Mundial da Humanidade – Aquilo
que nós, cidadãos, podemos fazer para uma Baixa melhor”.
Abriu a palestra o representante
do Lions Clube de Coimbra, promotor deste e anteriores eventos, António
Albuquerque. Começou por cumprimentar os presentes. A seguir disse que,
recentemente, passou por Guimarães e ficou impressionado com a diferença entre
aquela cidade e Coimbra. Aqui, sem o empenhamento das entidades
oficiais, dos moradores, dos comerciantes não sairemos deste situacionismo. “Não
vi lá um vidro partido, um prédio por pintar. É ver o que os outros fazem.
Guimarães é um óptimo exemplo”, afirmou. A seguir elogiou o trabalho de Hélder
Rodrigues, do Lions, e a disponibilidade dos dois presidentes das juntas de
Freguesia de Santa Cruz e São Bartolomeu, respectivamente, Pinto dos Santos e
Carlos Clemente. “O Lions Clube de Coimbra está disponível para ajudar a Baixa.
É por isso mesmo que estamos aqui e para fazer um bom debate”, enfatizou.
A seguir tomou a palavra Hélder
Rodrigues, responsável pela pesquisa na Baixa entre moradores, operadores
turísticos, comerciantes e outros frequentadores desta zona de antanho. “Vamos
falar sobre a Baixa que conhecemos, a de outro tempo com vida e agora a que
temos” –começou por dizer. “Falámos com dezenas de comerciantes, com muita
gente, até ao jardineiro. Compilámos 100 acções para colocar em prática. Um
amigo meu dizia: “se conseguires realizar uma dezena já é muito bom. Vamos
procurar ter uma noite feliz.”
E SAI POEMA PARA AMENIZAR
A esposa de Hélder Rodrigues leu
um trabalho em prosa sobre a Baixa, com o título: “O comer, o beber, o petiscar
na Baixa de Coimbra”.
A seguir, para que a ordem
natural das coisas se equilibrassem, Hélder Rodrigues leu um poema da sua
autoria sobre a Baixa.
Continuou Hélder a comandar o
pelotão, “cá estamos nós para discutir a Baixa. Este documento que produzimos
nunca estará completo. Será sempre um documento inacabado. Temos de colocar as
ideias em prática sem estarmos à espera dos outros. Para arranjar namorada não
fomos à Câmara Municipal de Coimbra (CMC), pois não? Há muito trabalho a fazer.
Enquanto andei por aqui, numa dessas vezes, fui ao Turismo. Chegou um turista e
perguntou à funcionária: “shopping… shopping?”. E a senhora, com alguma dificuldade,
pegou num mapa e tratou de aconselhar os centros comerciais. Eu disse: ó minha
senhora, tenha paciência, os shopping’s estão aqui no comércio, mesmo ao lado!”
Prosseguiu Hélder Rodrigues, “a
comunicação social deve ter em conta os interesses da cidade. Se houver um
assalto na Baixa… pronto!, lá vem na primeira página. Se for na grande
superfície ninguém sabe. Para além de dinheiro, a Baixa precisa, sobretudo, de
amor, dedicação e trabalho.”
E APRESENTAMOS A SENHORA DOUTORA MARIA
JOSÉ
Com um exagerado elogio à
vereadora da Cultura, Maria José Azevedo, em panegírico encomiástico, Hélder
Rodrigues apresentou ao público presente a dama da cultura municipal, nascida e
criada na Baixa de Coimbra
Depois da apoteótica apresentação,
e com a vereadora da cultura a continuar sentada, Hélder Rodrigues continuou o
seu discurso para a plateia. “Como disse já, fui a Guimarães e às 23h00 estava
tudo aberto, até o Turismo. Era bom que aqui na Baixa houvesse sempre animação
às sextas-feiras e sábados com ranchos folclóricos.”
E FORMA-SE A MESA DE PAINEL
Até aí sentados na assistência,
passaram para a mesa central Carlos Clemente, presidente da Junta de Freguesia
de São Bartolomeu, António Albuquerque, do Lions, e Pinto dos Santos, presidente
da Junta de Freguesia de Santa Cruz.
O primeiro a intervir foi
Clemente. “Eu sou um crítico, mas eu conheço tudo nesta zona. Já foi focado
aqui o problema do estacionamento. Há muito estacionamento na Baixa. É a pagar,
mas também não pode ser gratuito. Há aqui o caso da Rua da Sota, que tem num
dos lados lugares para viaturas sem pagamento, o que acontece é que as pessoas
colocam lá os carros às 7h30 e depois deixam-nos lá durante todo o dia. Tem de
haver organização e não anarquia no estacionamento. No Mercado Municipal D.
Pedro V custa 50 cêntimos… é uma moeda que se dá. Não posso estar mais em
desacordo consigo nesta matéria –dirigindo-se a Rodrigues. A questão é a crise
que o comércio passa. O que é que nós, autarcas, podemos fazer mais pela Baixa?
Não podemos continuar com as montras às escuras. Outra questão é a das
esplanadas: às 19h45 já estão a colocar cadeados” –e apontou para os cafés ao
longo da Ferreira Borges.
Continuou Carlos Clemente: “quanto
à animação, as juntas, a Câmara e a APBC fazem o que podem. A maior questão do
Centro Histórico é a reabilitação. É preciso reabilitar a Baixa. Depois há o
mito dos assaltos. Se aqui for roubada uma carteira é logo assunto de primeira
página nos jornais. Se for num centro comercial já não é noticiado.”
A seguir falou Pinto dos Santos: “é
natural que me vá repetir –em relação às anteriores tertúlias. Basta dar uma
volta desde a Estação Nova até à Estação Velha para se ver o que está acontecer
com a prostituição. Há instituições que a apoiam. Assim não pode acabar.
Enquanto estiverem as instituições de apoio aos toxicodependentes no Terreiro
da Erva os problemas da droga, na Baixa, nunca se esgotam. Depois há também o
problema dos arrumadores de automóveis e o facto de ter de ser pago. O mal é a
Câmara não mandar fiscalizar os arrumadores. Depois há também os pedintes. No
Panteão Nacional é uma vergonha. Ninguém quer ou vai saber o que estão lá
a fazer os romenos. Se eu mandasse deixava de dar subsídios a quem estivesse a
pedir. Em relação aos moradores, basta ver à nossa volta –e aponta para os
prédios em redor-, não há luzes acesas. Não estou de acordo em fazer da Baixa
um armazém de estudantes. São precisos também moradores efectivos. Alguns
estudantes, à noite, são autênticos vândalos. Lamento que a ACIC, Associação
Comercial e Industrial de Coimbra, e a APBC, Agência para a Promoção da Baixa
de Coimbra, não estejam presentes.” -esqueceu-se que a junta a que preside faz parte da direcção da APBC.
E O ESFÉRICO PASSA PARA O PÚBLICO
Abrindo-se o debate, calhou a primeira
inscrição pertencer a José da Costa –com a ourivesaria, mesmo em frente, a
apresentar-se com as luzes todas acesas. “Estou revoltado com os ausentes.
Gostava de ter ouvido aqui o representante do Turismo, da Câmara Municipal –foi interrompido pelo clamor suave da minha
diva da Cultura, Maria José Azevedo, assim numa voz doce, quase ininteligível,
colocando o dedo no ar, interrompeu: “estou aqui, senhor José da Costa!”
O Costa, que ia embalado a trote,
perante aquela vozinha de anjo, ficou desorientado e, por momentos, até pareceu
que ia haver um grande acidente, mas a experiência deste veterano comercial é
grande e depressa tomou as rédeas do animal, como quem diz, do fio à meada, e
prosseguiu, “onde está a ACIC? Onde estão os representantes do comércio? A ACIC
abandonou, pura e simplesmente, os comerciantes e a Baixa. Mesmo a APBC, que amanhã
vai aqui fazer uma festa, não é totalmente eficaz. O Turismo deveria estar
aberto durante a noite –mas também, se estivesse, provavelmente, não entrava lá
ninguém. A maioria dos comerciantes não sabe o que é um doutoramento na
Universidade. É com os ausentes que me revolto”, repetiu o senhor Costa.
Mas se há dias que um homem não
pode sair de casa, também há noites que uma pessoa não pode vir à rua. E lá
voltou o senhor Costa a ter de engolir –salvo seja, é claro, porque neste caso
não seria fácil. Desta vez quem levantou o braço foi Victor Marques, do café Santa
Cruz: “estão cá três pessoas que fazem parte da APBC, senhor Costa.” –mas desta
vez o velho lobo das trocas mercantis não se deu por achado e retorquiu: “ai
sim?! Então sou eu que estou errado…?”
E agora calhou a vez a Castelo
Branco, um reconhecido homem outrora ligado ao Inatel e ao turismo, “tenho um
apartamento ali para os lados da Rua de Aveiro. Não tem elevador. Quero vir
morar para esta zona e ainda não consegui fazer a troca. Já aqui ouvi muitas
ideias, mas ainda ninguém falou de uma acção concreta para repovoar a Baixa.
Porque não trazer para aqui uma, duas, três faculdades? Vinham os estudantes,
vinham as namoradas, criavam-se cantinas, etc. E um polo da Biblioteca
Municipal aqui na Baixa? Estou de acordo com o senhor Pinto dos Santos, acerca
do Terreiro da Erva. O aspecto é horroroso!”
Agora tem a palavra Américo
Baptista, juiz jubilado e membro do Lions, “faço uma proposta ao Lions: porque
não pensar em apostar no voluntariado?
Pega na frase jurídica António
Albuquerque, sentado na mesa central de examinador: “o facto de o Lions estar
aqui já é voluntariado.
Quando peço para falar com o
presidente da Câmara e um assessor me diz que só daqui a três meses. Como é que
isto é possível? A seguir dizem-me que essa pessoa (presumidamente o assessor)
ganha 5 mil euros, como é que é? O que é que ele está lá a fazer para merecer
esse ordenado?"
A seguir o microfone invisível
volta para a plateia, para dois jovens que, ao que parece, criaram uma empresa
ligada a “lojas online”. Um deles disse: "o horário de funcionamento do comércio
não é compatível com a vida de hoje. O acesso à Baixa é difícil. É muito mais
fácil ir a um shopping do que vir a esta zona. O acesso é fundamental. Como é
que a Baixa pode competir assim? Estamos a criar um “portal online” para todos
os comerciantes da zona. Podem crer que resolvia os problemas de
acessibilidade."
E agora tem a palavra a diva de
todas as divas da Alma Mater, Clara Almeida Santos: “começo por agradecer este
trabalho do Lions. É notável. O divórcio entre a Universidade e a Baixa está a ser
quebrado. Temos uma série de eventos em parceria com a APBC. No âmbito da
candidatura da Baixa, da Rua da Sofia, a Património Mundial, temos vários
projectos sobre o tema “A Universidade vai à Baixa”. Enviamos muitos alunos
para aqui. Muitos mesmo". Referindo-se à assistência, "dos que estão aqui –são normalmente os que nos
acompanharam anteriormente- estão catequizados. Faz falta é catequizar os
outros que não estão cá. Em setembro, promovido pela Universidade e no mesmo
âmbito, iremos ter um curso de vitrinismo e “merchandising” –uma ferramenta
constituída por técnicas de venda que tem por fim acelerar a rotatividade dos
produtos- para os comerciantes. Teremos também, em setembro, um concurso de
montras alusivo à candidatura de reconhecimento pela Unesco. Quanto à proposta
do meu amigo Castelo Branco, de ter aqui faculdades, apraz-me dizer que a Baixa
tem um único edifício na Rua da Sofia que daria para esse efeito, mas já está
afectado à Associação 25 de Abril. Por outro lado, não há dinheiro para comprar
outros prédios. Éramos para adquirir o Quartel da Graça mas o Ministério da
Defesa pediu um preço impossível!”
E agora sim, agora vai entrar em
cena a rainha de todas as culturas, a senhora doutora, professora
universitária, vice-presidente da Câmara Municipal de Coimbra, vereadora do
pelouro da Cultura, filha nascida nesta Baixa, senhores e senhores: a senhora
doutora, professora universitária, vice-presidente da autarquia, vereadora da
Cultura: Maria José Azevedo Santos. “Começo por dizer que prefiro ouvir.
Sobretudo a Maria José que nasceu na Baixa, na freguesia de Santa Cruz, e neta
do reconhecido e extinto comerciante “Zé lérias” -com estabelecimento na Rua da
Nogueira, há cerca de meio-século. Considero as intervenções do senhor
engenheiro Hélder Rodrigues judiciosas, tão apuradas. Assim como as dos
senhores presidentes das juntas de freguesia. Tocaram na ferida, de magistério,
de cidadania activa. Há anos que ouço falar do comércio estar aberto à hora do
almoço. Devemos sair do pregar. Deve começar primeiro por nós. O senhor José da
Costa tocou mesmo na ferida, o facto de a ACIC não estar desafiante. A Câmara
tem muito para fazer e aprender com os cidadãos. Temos a Feira das Velharias e o
Chiado, que são um sucesso. Milhares de pessoas visitaram as exposições deste Museu
Municipal…
E ACONTECE UM TERRAMOTO DE GRAU 6,
NA ESCALA DE MANUEL RIBEIRO
Estava a minha deusa, Maria José,
em pleno voo metafísico sobre uma realidade que só ela apreende, quando Manuel
Ribeiro, o senhor de todos os comércios, o poeta com voz mas que ninguém ouve,
o comunista sem partido, o independente-dependente dos seus pontos de vista
indiscutíveis, o culto dos incultos, decide levantar-se da cadeira e,
interrompendo a minha diva com a sua voz de barítono esganiçado nos confins da
esperança perdida, em corte de espada invisível, truculento, atirou: “COMO? A
QUE HORAS FECHA O CHIADO? Ó MINHA SENHORA… EU TENHO A UNIVERSIDADE DA VIDA!”
Ai, Nosso Senhor Jesus Cristo nos
valha! Tremeu tudo. Não sei bem, mas, de repente, até me pareceu ver o espírito
do José Robles, um velho comerciante da rua já desaparecido, que, certamente,
na sua paz eterna, dormirá o sono dos justos, mas perante um sismo violento
assim, até teria vindo ver o que se passava. Sei lá! Poderia ter sido
impressão, admito, e não ter visto alma nenhuma. Claro que, em face de um cataclismo
assim, entraram logo em acção os primeiros socorros da protecção tertúlica.
Metade foi tentar parar o Manuel Ribeiro, outra metade, através de palavras
doces e suaves, envolvidas em perfume de jasmim, foi amparar a nossa senhora da
cultura. Mas o abalo telúrico foi demasiado para um coração sensível e amoroso e
a senhora, admitindo o choque, lá foi dizendo: “não merecia isto. Noutros
tempos, até lhe comprei tantas coisas!”
A verdade é que Maria José ficou
afectada e só com o recolher ao interior de “A Brasileira” e depois de um
chazinho reconfortante e a força solidária e apartidária do Clemente, lá
recuperou.
E a bola voltou agora para um já
nosso conhecido destas andanças, o professor Canha –que é uma outra versão de
Manuel Ribeiro, mas mais intelectualizada. Ou seja, enquanto o Ribeiro, que não
estudou, foi comerciante e tem falhas a apontar ao sistema, o mesmo se passa com
Norberto Canha, que tendo ocupado diversos cargos públicos, incluindo o de
professor, também se sente maltratado e defraudado. Une-os o mesmo denominador
comum: a descrença.
E COMO NÃO HÁ UM SEM DOIS…
O segundo abalo, talvez em grau
5, na escala de Clemente, aconteceu comigo. Quem é que não me conhece? Toda a gente
sabe que sou assim muito para o “parvoide”. Quero é dar nas vistas e “botar
faladura”. Claro que quando digo uns disparates que não tocam em ninguém não há
problema nenhum. Ninguém se chateia. Lá com os botões de quem me ouve e lê,
pensam assim: “fala lá e escreve, minha besta! Desde que escrevas bem de mim,
está tudo bem!”
Vira-se o bico ao prego quando eu
digo o que penso e toco nalguns interesses instalados. Ora acontece que, neste
caso, fui falar de duas agremiações muito importantes para a Baixa, quase
centenárias, e que se encontram encerradas. Comecei por falar do Sporting Nacional, fundado em 1919, com sede no Largo da Freiria, com duas salas num
prédio afectado para esse efeito, mas que, para além de estar em ruína, está a
servir de armazém a um antigo associado deste outrora grande clube da cidade.
Mais, não pagam a renda há uns anos, cujo montante é de 50 cêntimos por mês, e
pior, por mais que eu tenha tentado junto de alguns sócios ainda vivos para entregarem
a chave e se poder tratar do restauro da colectividade não o fazem. Estão
agarrados aquilo como molusco à rocha. Perante esta mentalidade tacanha, só
entendível no mais puro dos egoísmos, o que é que se pode fazer? Nada,
obviamente!
A seguir falei noutra grande
colectividade da Baixa: o Rancho de Coimbra, na Rua do Moreno, cuja história é
demasiado extensa para contar aqui. Está encerrado há alguns anos.
Objectivamente, ao que parece, actualmente a sua função é, estando protocolado
à autarquia, servir para banhos a muitos sem-abrigo. Não contesto esta função.
Discuto é que tendo uma sala de espectáculos magnífica esteja encerrada há,
salvo erro, cerca de 4 anos. Teve também um reputado grupo folclórico que se
encontra inactivo.
O presidente desta agremiação é
Carlos Clemente –meu amigo, pelo menos até agora. Antes de começar a tertúlia,
tive o cuidado de o avisar de que iria falar neste caso. E falei. O que disse e
mantenho é que se todos gostamos assim tanto da Baixa temos de ser capazes de
largar as capelinhas e, todos juntos, trabalharmos para o bem comum. Não
podemos continuar agarrados a velhos conceitos. Se já não conseguimos dar conta
do recado, por razões diversas, é preciso dar o lugar a outros que estejam
dispostos a correr riscos. Foi o que disse. E Carlos Clemente não gostou.
Paciência! Está dito e é o que penso. Não se pode admitir que a Baixa não tenha
um único espaço disponível para ensaiar um grupo de música ou teatro e estes
dois lugares estejam encerrados. É demasiado surreal para continuar.
CASOS POSITIVOS DA NOITE
-De uma maneira geral, apesar de
o que se ali falou já ser conhecido de todos quem aqui exerce, é positivo o bom
trabalho e a preocupação do Lions Clube de Coimbra em debater a Baixa. Muito
obrigado.
-A excelente receptividade do
Lúcio Borges, na forma como recebeu os palestrantes. Em todas as mesas havia
bolinhos, caju, amendoins, e, naturalmente a sua primorosa simpatia. Muito
obrigado.
CASOS NEGATIVOS
-Os despiciendos e demasiados
salamaleques dispensados à senhora vereadora da Cultura. O extemporâneo rapapé
dispensado aos doutores e engenheiros presentes –senti isto mesmo na primeira tertúlia.
Na segunda, no café Santa Cruz, talvez porque esteve mais gente, a meu ver, foi
menos perceptível. No meu entendimento, e se não me levarem a mal, e a bem da
educação futura, seria bom que o Lions Clube de Coimbra praticasse um
distanciamento aos cargos estatutários e aos canudos. A subserviência que
encontrei ontem é ridícula. Vamos lá a tratar todos com a mesma consideração,
não em função do diploma ou lugar que se ocupa na sociedade, mas pelo respeito intrínseco
que o indivíduo, enquanto pessoa, merece.
-Foi notória a falta “de mão” do
moderador na distribuição dos tempos de intervenção. Alguns, da primeira ronda,
certamente porque eram doutores, falaram 15, vinte minutos, sei lá. Os da
segunda ronda tiveram dois minutos para explanarem os seus assuntos. Alguns,
por falta de tempo, apesar de inscritos, não intervieram.
-Mais uma vez os jornais diários
da cidade continuam a fazer orelhas moucas a estes eventos. Publicitam-nos, mas
depois não falam em mais nada do que se lá passou. Se o problema é de falta de jornalistas…
(como sou muito modesto)… ofereço-me… naturalmente discutindo a contraprestação
pecuniária.
E A QUEM ENTREGAMOS A MENÇÃO
HONROSA?
A si, leitor, pela paciência que
teve em chegar até aqui. Olhe que se você não é santo para lá caminha.
Obrigado.
1 comentário:
Gostava de deixar aqui uma pequena história, que ocorreu há uns vinte e poucos anos num pinhal em Abrantes. Nesse pinhal havia um jovem que costumava praticar artes marciais numa pequena clareira, onde tinha um saco de serapilheira, cheio de areia, pendurado e algumas aplicações em madeira nos pinheiros para poder praticar, o seu pequeno "dojo"...E num belo fim de tarde solarengo, andava por esse pinhal, um ex-comando, com a sua pressão de ar, aos passaritos.. A dada altura, cruza a pequena clareira e salta de trás de um pinheiro o jovem e diz:
-Que é que 'tás aqui a fazer?!
O ex-comando responde:
-Que é que tens a ver com isso?
O jovem respondendo-lhe, diz:
-Olha que eu sei karaté!!!
O ex-comando, pedindo para ele avançar, responde:
-É "memo" desses é que eu gosto!!!
Comparando esta história ao actual estado da Baixa...digo que, esses "novos" centros comerciais são o jovem..e a Baixa é o ex-comando. Portanto, perante o desafio/problema actual, a Baixa só tem que responder:
É "memo" desses é que eu gosto!!!
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