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Anónimo deixou um novo comentário
na sua mensagem "NOS HUC ESTÁ MUITO DIFÍCIL SER GADO! COMO SERÃO
TR...":
Caro Luís, antes de mais deixe-me parabenizá-lo pelo excelente trabalho que faz no seu blogue. Costumo acompanhá-lo, mas foram alguns posts que li recentemente, este em especial, que me levaram a comentar.
Os meus avós faleceram ambos em Outubro do ano passado com cancro. Em relação aos cuidados médicos do meu avô não tenho nada a apontar. Tanto a sua médica de família como o médico que o seguia nos Covões eram excepcionais (e o meu falecido avô era uma pessoa com um feitio um pouco especial…).
No que toca à minha avó, a situação era diferente. Tinha uma médica de família que era a incompetência em pessoa (não sei que outro adjectivo utilizar para descrever uma profissional que, numa consulta de urgência, em vez de estar com atenção a mim e ao problema que ali me levava estava mais preocupada em discutir com outra médica se o enfermeiro A era mais “jeitoso” que o enfermeiro B, que nem um exame com o diagnóstico já feito foi capaz de ver em condições e que me medicou mal para a cura de uma pneumonia –convém dizer que tenho asma e que não posso tomar qualquer tipo de medicamento. Uma médica que mesmo após a minha avó se queixar que cada vez tinha mais dificuldades em andar, sempre descartou o problema e nunca a mandou fazer um exame. O mesmo aconteceu na urgência do hospital dos Covões. Tivemos que levar a minha avó para o referido hospital de urgência pois deixou de conseguir andar, literalmente e por duas vezes, de um momento para o outro. Nunca lhe fizeram nada, limitaram-se a dar-lhe soro e a mandá-la para casa. Só à terceira vez e com uma cunha lhe fizeram um exame e se descobriu a doença de que padecia.
Eu pergunto-me: será que se estes senhores se esquecem que fazem um juramento? Será que se esquecem que não somos meros pedaços de carne? Será que ela estaria viva se estes senhores tivessem feito o seu trabalho?
A minha avó, que era uma mulher cheia de vida e que não dependia de ninguém para nada, viu-se presa a uma cama durante quase dois anos. Teve que ser levada para uma unidade de cuidados continuados por causa das escaras com que ficou por estar acamada. Nessa mesma unidade de cuidados continuados deixaram-na definhar com uma infecção urinária por quase uma semana. Foi novamente levada para os Covões e dessa vez sim encontrou médicos excepcionais, mas infelizmente a negligencia que fora cometida já não pode ser revertida.
Eu sei que se um dia tiver filhos não quero que eles vivam num país assim. Mas infelizmente não me parece que isto vá mudar.
Um bem-haja,
AF
Caro Luís, antes de mais deixe-me parabenizá-lo pelo excelente trabalho que faz no seu blogue. Costumo acompanhá-lo, mas foram alguns posts que li recentemente, este em especial, que me levaram a comentar.
Os meus avós faleceram ambos em Outubro do ano passado com cancro. Em relação aos cuidados médicos do meu avô não tenho nada a apontar. Tanto a sua médica de família como o médico que o seguia nos Covões eram excepcionais (e o meu falecido avô era uma pessoa com um feitio um pouco especial…).
No que toca à minha avó, a situação era diferente. Tinha uma médica de família que era a incompetência em pessoa (não sei que outro adjectivo utilizar para descrever uma profissional que, numa consulta de urgência, em vez de estar com atenção a mim e ao problema que ali me levava estava mais preocupada em discutir com outra médica se o enfermeiro A era mais “jeitoso” que o enfermeiro B, que nem um exame com o diagnóstico já feito foi capaz de ver em condições e que me medicou mal para a cura de uma pneumonia –convém dizer que tenho asma e que não posso tomar qualquer tipo de medicamento. Uma médica que mesmo após a minha avó se queixar que cada vez tinha mais dificuldades em andar, sempre descartou o problema e nunca a mandou fazer um exame. O mesmo aconteceu na urgência do hospital dos Covões. Tivemos que levar a minha avó para o referido hospital de urgência pois deixou de conseguir andar, literalmente e por duas vezes, de um momento para o outro. Nunca lhe fizeram nada, limitaram-se a dar-lhe soro e a mandá-la para casa. Só à terceira vez e com uma cunha lhe fizeram um exame e se descobriu a doença de que padecia.
Eu pergunto-me: será que se estes senhores se esquecem que fazem um juramento? Será que se esquecem que não somos meros pedaços de carne? Será que ela estaria viva se estes senhores tivessem feito o seu trabalho?
A minha avó, que era uma mulher cheia de vida e que não dependia de ninguém para nada, viu-se presa a uma cama durante quase dois anos. Teve que ser levada para uma unidade de cuidados continuados por causa das escaras com que ficou por estar acamada. Nessa mesma unidade de cuidados continuados deixaram-na definhar com uma infecção urinária por quase uma semana. Foi novamente levada para os Covões e dessa vez sim encontrou médicos excepcionais, mas infelizmente a negligencia que fora cometida já não pode ser revertida.
Eu sei que se um dia tiver filhos não quero que eles vivam num país assim. Mas infelizmente não me parece que isto vá mudar.
Um bem-haja,
AF
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