Sem que nada o fizesse prever,
subitamente, ontem, faleceu Maria João Carvalho, proprietária da loja das
Meias, na Rua Ferreira Borges, e nossa respeitada colega destas lides
comerciais.
Segundo Luís Filipe, seu filho,
naturalmente muito consternado com este infeliz acaso, lá me foi dizendo que “embora
a mãe, Maria João, no ano passado tivesse um princípio de AVC, Acidente
Vascular Cerebral, estava perfeitamente estabilizada e nada fazia crer num
desfecho tão rápido e fulminante.”
Para todos os funcionários deste
reputado estabelecimento, com 51 anos, que sentiram na carne este
desaparecimento –e que ainda hoje, durante a manhã, eram audíveis na rua os
gritos de dor-, para o Luís Filipe Carvalho e irmã, Clara Carvalho, para o
marido, Cândido Carvalho, o mais antigo comerciante em actividade na Baixa de
Coimbra, nesta hora de profunda tristeza, em nome de todos, em nome da Baixa
comercial, os nossos sentidos pêsames.
A natureza humana não pára. Uns
vão nascendo, infelizmente poucos. Outros que por cá estão, infelizmente
também, vão partindo. É uma roda incontrolável que gira em torno do mesmo eixo:
a vida. Por mais que se tente neutralizar e atrasar o calendário é inevitável
deixar de acontecer a morte. Para os que partem, que descansem em paz. Para os
que ficam, que se lembrem que esta passagem é efémera. Não vale a pena andarmos
a guerrear-nos como se uma vitória tivesse um maior peso sobre a derrota. No
final, porque não levamos nada de material, apenas nos acompanham momentos e
recordações, somos todos vencidos pela inevitabilidade da finitude.
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