sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

A COLUNA DO JORGE...



Um dia destes está no desemprego...



...mas lá que tem coragem, tem!


Imaginem


Imaginem que todos os gestores públicos das setenta e sete empresas do Estado decidiam voluntariamente baixar os seus vencimentos e prémios em dez por cento.

Imaginem que decidiam fazer isso independentemente dos resultados. Se os resultados fossem bons as reduções contribuíam para a produtividade. Se fossem maus ajudavam em muito na recuperação.


Imaginem que os gestores públicos optavam por carros dez por cento mais baratos e que reduziam as suas dotações de combustível em dez por cento.


Imaginem que as suas despesas de representação diminuíam dez por cento também. Que retiravam dez por cento ao que debitam regularmente nos cartões de crédito das empresas.


Imaginem ainda que os carros pagos pelo Estado para funções do Estado tinham ESTADO escrito na porta.


Imaginem que só eram usados em funções do Estado.


Imaginem que dispensavam dez por cento dos assessores e consultores e passavam a utilizar a prata da casa para o serviço público.


Imaginem que gastavam dez por cento menos em pacotes de rescisão para quem trabalha e não se quer reformar.


Imaginem que os gestores públicos do passado, que são os pensionistas milionários do presente, se inspiravam nisto e aceitavam uma redução de dez por cento nas suas pensões. Em todas as suas pensões. Eles acumulam várias. Não era nada de muito dramático. Ainda ficavam, todos, muito acima dos mil contos por mês.


Imaginem que o faziam, por ética ou por vergonha.


Imaginem que o faziam por consciência.


Imaginem o efeito que isto teria no défice das contas públicas.


Imaginem os postos de trabalho que se mantinham e os que se criavam.


Imaginem os lugares a aumentar nas faculdades, nas escolas, nas creches e nos lares.


Imaginem este dinheiro a ser usado em tribunais para reduzir dez por cento o tempo de espera por uma sentença. Ou no posto de saúde para esperarmos menos dez por cento do tempo por uma consulta ou por uma operação às cataratas.

Sem comentários: