segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
OURIVESARIA COSTA ESVENTRADA
Neste fim-de-semana, nesta noite passada ou na anterior, desconhecidos, presumivelmente a coberto de uns andaimes que forram o edifício em obras de restauro, entrando pela parte superior da loja, levaram toda a existência de ouro e jóias de uma das mais antigas ourivesarias da cidade.
O senhor Costa, um dos mais reputados comerciantes da Baixa, naturalmente depois de uma coisa destas, está uma lástima –e quem não estaria? Numa interrogação a raiar a estupidez, quando lhe pergunto como se sente, num longo suspiro, vai respondendo: “olhe nem sei… até me admiro como é que não estou para aí a gritar e a bater com a cabeça nas paredes. Isto é impensável. É uma vida de trabalho que se vai. Nem sei o que diga. Os sentimentos são contraditórios. Estou profundamente revoltado. O que é que andamos a fazer aqui, como comerciantes, neste momento, com esta insegurança, a tentar levar uma vida digna?”
Segundo o senhor Costa o estabelecimento não tem alarme. “E se o tivesse teria impedido o roubo? Quando “eles” querem, marcam-nos, e não há nada a fazer!”. Não perguntei se tinha seguro, porque é uma pergunta de retórica. Já há anos que as companhias de seguros não estabelecem contratos com ourivesarias e estabelecimentos afins. Ou, no limite, se o contratualizarem, o prémio é tão elevado que se torna incomportável para o segurado.
Pouco há mais a dizer, para além de me solidarizar com o senhor Costa. Uma tristeza. Só é possível avaliá-la quem sente, e o rosto deste experimentado comerciante não enganava…
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2 comentários:
Logo mais , vou passar pelo meu amigo Zé da Costa para lhe dar um abraço de conforto, ninguem mereçe um asslto deste genero, muito menos ele.Durante varios anos trabalhei lé durante as ferias escolares, para receber uma semanada para as minhas ferias.
Força amigo.
Por acaso alguém sabe se as câmaras de videovigilância verificaram alguma anomalia?
Parece-me que esta cidade está dotada ao abandono.Estes são os que se vão sabendo.
O Sr. José da Costa não merecia este golpe, aliás como ninguém.
Um HOMEM, que sempre lutou pela sua Baixa, teve com agradecimento este infortunio..
Palavras para quê.
Uma palavra de solidariedade ao amigo José da Costa e mais nada lhe poderei dizer.
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