A MERDA ESCONDIDA DEBAIXO DO JORNAL

  Já por várias vezes me apercebi que à frente de lojas se encontrar um jornal no chão da calçada é mais que certo que estará a tapar um “bozeiro”, um monte de dejectos de animal. Talvez seja da “miluzinha”, aquela cadelinha altiva, de pêlo macio de algodão, que, pela trela da dona, passeia pelas ruas estreitas. Claro que a menina “Lurdinhas”, a dona da “miluzinha”, não pede tempo com as sobras da cadelinha, que por acaso ainda é virgem, mas isso, para aqui, não interessa nada.
Trouxe aqui a imagem apenas para fazer analogia. Neste dois costumes tão portugueses há aqui muita tradição. Um, o de largar a merda para os outros limparem, não há dúvida, está enraizado no povo e não há nada que o faça mudar. O outro, o de tapar a merda com um jornal, também é consuetudinário.
Claro que, talvez um dia, lá para os tempos dos nossos netos, pode ser que nem a menina “Lurdinhas” largue as amostras da sua cadelinha virgem na rua, nem o segundo caso se verifique. Isto é, pode ser que a primeira traga umas toalhitas na carteira para limpar, ou, quem sabe, talvez, nesse tempo que se adivinha, os canídeos usem fraldas “Dodoti” ou outra marca qualquer. Por outro lado, esperando uma sociedade futura melhor, no segundo caso, pode ser que os donos dos estabelecimentos entendam que nem custa muito pegar no próprio jornal e limpar a porcaria, da porcaria da cadela “miluzinha”, da porcaria da menina “Lurdinhas”.
Francamente, diga lá, isto não é mesmo um texto de merda? Você entendeu alguma coisa? Eu cá não. Deve ser mesmo uma daquelas tiradas filosóficas só para inteligentes. Fosca-se! Há cada um…