(FOTO DO JN)
O Jornal de Notícias (JN) publica hoje que “Os trabalhadores da cadeia de lojas Alisuper foram induzidos a contrair empréstimos pessoais para injectar 1,5 milhões de euros na empresa. Agora o grupo ameaça falir e há quem tema perder o emprego e ser obrigado a pagar a mensalidade ao banco.”
Cerca de 500 trabalhadores estão na eminência de ficar sem emprego e continuarem a pagar os empréstimos que foram para a empresa.
Continuando a citar o JN, “Alguns dizem ter sido “pressionados” a contrair dívidas. “ O patrão deu-nos papéis para assinarmos. Disse que quem não o fizesse seria o primeiro a ser mandado embora, caso a situação se agravasse”, denunciou Lurdes Pereira”.
Há um pormenor, pequenino, de somenos, mas de alguma importância que o JN não escreve: o dono da cadeia Alisuper foi, até há pouco tempo -antes do actual executivo dirigido por João Vieira Lopes- o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.
Não quero entrar aqui em juízos de valor gratuitos, mas, olhando a frio a notícia do jornal, talvez se comece a entender a situação caótica do comércio tradicional.
Creio, por volta de 2005 ou 2006, estive numa reunião na ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, em que este senhor era o orador principal. A verdade é que, pela forma de oratória, gostei dele e achei que era o “homem do leme” que o grande navio “Confederação do Comércio e Serviços de Portugal” precisava. Deu para ver, na continuação, que as suas palavras eram simplesmente prosápia e nada mais.
Dá para ver que o comércio português está entregue à sua sorte. Sem lei, sem rei e sem roque. Alguém não fez o que tinha de fazer. Alguém, que foi investido para pugnar a defesa dos pequenos comerciantes, se esteve a marimbar. Fica aqui o discurso da tomada de posse, no triénio 2007-2010, do patrão das lojas Alisuper.
Infelizmente, para mal de quem apostou tudo no comércio de rua –os comerciantes-, o país, de Norte a Sul, está cheio de “Josés Antónios Silvas” que, cheios de bonitas palavras, não cumprem a missão para que foram empossados. Já para não falar em casos que bradam aos céus.
Enfim, …é simplesmente triste ver o que está acontecer…
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