quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)



Daniel deixou um novo comentário na sua mensagem "A ACIC DESPERTOU...":



  Já estava a estranhar a ACIC, que não se vinha meter ao barulho. Agora tudo o que se faz na cidade tem de passar pela aprovação ou reprovação da ACIC.
Pergunto eu: o que é que esta associação tem feio pela Baixa? Nada. Tem legitimidade para vir criticar o que se faz na outra ponta da cidade, só porque pode afectar o comércio da Baixa? Não.
As pessoas são livres de escolher onde vão fazer as compras. Se deixaram de ir à Baixa e passaram a ir aos novos centros comerciais é porque gostam mais de ir lá ir. A ACIC devia se preocupar com coisas mais importantes e com os verdadeiros problemas da Baixa de Coimbra.

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COMENTÁRIO DO EDITOR: Com todo o respeito pela sua opinião, Daniel, mas a ACIC tem muito a ver com a Baixa. Aliás, tem tudo. Para o bem e para o mal, estatutariamente, é a entidade juridicamente representativa de toda a classe de comerciantes. Isso não quer dizer que eu, você, outro qualquer, estejamos de acordo com a sua actuação. Para uns, quanto ao seu desempenho, estará tudo bem, para outros nem por isso. Mas, entenda-se, essa apreciação ficará sempre na subjectividade de cada um. Porém, esta crítica, positiva ou negativa, será sempre uma questão de pormenor. No essencial, o que subjaz no grande edíficio da Avenida Sá da Bandeira, são quase 150 anos de defesa do associativismo. E mais: -e falo por mim, que tenho uma língua viperina, e às vezes sou tremendamente injusto, que até me revolto contra mim próprio- não podemos esquecer que toda a direcção actual e do passado, constituída por comerciantes, não ganha um cêntimo pelo esforço dispendido. Pelo contrário, têm chatices das grandes e nem são reconhecidos pelo poder político local, nem pelos próprios colegas.
 Portanto, a começar por mim, temos de ter respeito pela ACIC e, neste caso concreto, esteve muito bem ao pugnar pelo comércio de toda a cidade e, particularmente, pela importância desaparecida do actual comércio tradicional da Baixa. Quanto a mim, neste caso, até deveria ser ainda mais acutilante perante a Câmara Municipal de Coimbra.
Abraço.

2 comentários:

Daniel disse...

Quem utiliza os HUC sabe bem como é o estacionamento, e de certeza que vê este projecto com bons olhos.
Também não há razões para estarem a criticar a construção do hotel junto aos HUC. Ainda não vi a ACIC a criticar o Hotel Vila Galé Coimbra, que vai abrir em Abril, junto ao Hotel D. Inês.
A conclusão que eu tiro, é que para A ACIC, se for para fazer na baixa, tudo bem, mas noutro local já não pode ser.

Anónimo disse...

Caro Luís, gostaria de efectuar um breve comentário acerca da sua crónica sobre a ACIC e opinião do seu leitor Daniel. Em primeiro lugar referir que não sou comerciante ou associado da instituição nem sequer residente na baixa, isto apenas para salientar a minha imparcialidade e desinteresse pessoal no assunto. A minha opinião acerca do papel da ACIC neste e noutros aspectos da vida da cidade é em muito semelhante á sua, concordo consigo quando refere a «carolice» dos responsáveis, pois gerir os seus negócios (e a gente sabe das dificuldades e preocupações de o fazer nesta cidade e com as circunstâncias económicas actuais), e ceder o seu tempo pessoal de forma gratuita, que poderiam passar com a familia por exemplo, não é para todos, só pessoas altruístas e solidárias. Neste caso não só com os comerciantes e empresas da cidade, mas igualmente com os já poucos residentes na baixa, pois o seu trabalho reflete-se na vida prática destes a vários niveis: desde a facilidade para os idosos em terem mercearias junto das suas habitações, p.e., até á sua segurança, pois uma baixa com movimento e circulação de pessoas
será melhor que a desertificação cada vez mais acentuada da zona. O Daniel diz que a ACIC «não tem legitimidade para criticar o que se faz na outra ponta da cidade», eu pelo contrário acho que sim, pois esta representa não só os comerciantes da baixa como todos os outros da cidade, além dos industriais (ainda existe indústria em Coimbra?). Mas , naturalmente que a preocupação com a baixa será maior relativamente a outras zonas. E eu pergunto: como estaria a baixa se não fosse o trabalho realizado pela ACIC e pela Ass. Promoção da baixa? Este trabalho pode ser pouco visível ou boicotado pela C.M., mas a situação seria bem pior se não fosse feito nada e os comerciantes agradecem tudo o que seja efectuado na zona e em prol da sua actividade ou que de alguma forma os ajude, p.e., facilidades de estacionamento ou iniciativas culturais, etc.
Uma ultima observação o amigo Luis refere o reconhecimento( ou falta dele) do poder político: não lhe parece que isso é reflexo imediato da pouca influência e importância da industria e comércio local e regional? Pois , a indústria de transformação quase desapareceu e o comércio, principalmente da baixa, é uma desgraça. Existem comerciantes que passam grandes dificuldades, conheço dois pessoalmente que embora reformados recentemente têm de trabalhar, pois segundo me disseram as suas dívidas acumularam-se nos ultimos anos, e não podem encerrar portas devendo a fornecedores, ou declarando falência, como fazem os «grandes», porque a sua honestidade e orgulho os impede.
Em resumo acho que a ACIC tem um papel relevante na vida comercial da baixa, da cidade e da região. Já agora uma idéia para os seus responsáveis: que tal um lar ou uma instituição que auxilie os comerciantes idosos?
Um abraço amigo Luís do seu leitor Marco.