quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

RETRATAÇÃO







 Este pedido de desculpas é para todos. É para o Marco D’Almeida, para a Soraia Chaves –eu preferia apresentar-lhe pessoalmente, mas como não vai ser possível- e para ti António Pedro Vasconcelos. Ó pá, desculpa lá dirigir-me a ti. Não me conheces, não te conheço, mas se não fizesse isto não ficaria em paz com a minha consciência –sabes como é, como os pecados já são tantos, temos, pelo menos, de expurgar as minudências. Tu, sendo cineasta, naturalmente que estás obrigado, pela profissão, a seres bom observador, sabes bem ao que me refiro.
Bom, mas vamos lá ao que me trouxe aqui. Vou começar por contar-te que gosto muito de cinema –dessa tua nobre arte que, estoicamente neste país quase insignificante e triste, teimas em abraçar- e, como tal, quase sempre, todos os fins-de-semana vejo um filme no multiplex –acabaram com o cinema independente, mas isso é outra história.
Raramente vejo películas portuguesas. Salvo rara excepção, são uma grande “seca”. Fazem-me lembrar os filmes franceses. A ressalva irá para “O Crime do Padre Amaro” e “Call Girls”, este também da tua responsabilidade na realização, António.
Acontece que, aos poucos, fui criando um “a priori”, um preconceito, contra os filmes produzidos cá no rectângulo, embora o último que vi –e tirando os que enunciei em cima- “Aquele querido mês de Agosto”, se não me encheu as medidas, deixou-me, pelo menos com alguma esperança no futuro. Achei que, naquele modo de filmar, em câmara livre, poderíamos estar no bom caminho.
Então, já desde de Janeiro, quando estreaste “A Bela e o Paparazzo”, que andava a evitar ir ver o teu filme. Pensava cá para comigo que seria mais um aborrecimento. Então, enquanto houveram outros filmes estrangeiros para eu ver, fui colocando o teu no “prego” –não sei se estás ver, assim pendurado à espera de vez. Embora mentalmente tinha-o colocado no “índex”.
Ora, neste fim de semana passado, dentro do tipo de filmes que gosto, não havia nada, porque, a maioria dos que estão em cartaz, já os tinha visionado, fui então, quase empurrado, pela falta de escolha, ver o teu trabalho. Pois amigo António –desculpa lá a afinidade!- fiquei “banzado”! Fiquei sem palavras, simplesmente. Desde o desempenho dos actores –e atrizes-, passando pela história e pela música do Jorge Palma, ó pá!, é de uma leveza que só quem o vai ver pode apreciar. Gostei mesmo muito, pá!
Então, pensei cá com os meus botões, ó caramelo, deves uma desculpa ao António Pedro Vasconcelos. E é isso mesmo que estou a fazer. Desculpa lá o meu preconceito –prometo ter mais cuidado na próxima- e recebe um grande abraço de parabéns. Obrigado, sinceramente, pelo teu trabalho.


P.S.-quando estiveres com a Soraia dá-lhe um abraço. Preferia ser eu…bom, mas nessa impossibilidade, dá lá tu…sortudo!

Sem comentários: