Sob
a precisa batuta da nova maestrina da Câmara Municipal de Coimbra,
Regina Bento, na passada segunda-feira e ontem, terça-feira, pelas
21h30, no Clube Jazz ao Centro Clube, antigo Salão Brazil, foram
apresentadas 33 propostas a concurso no 1.º Orçamento
Participativo, promovido pela autarquia, e consideradas elegíveis
pela Comissão de Análise Técnica.
Divididos
entre o Coimbra Jovem Participa, direccionado a jovens entre
os 14 e os 30 anos, com um teto máximo de 50 mil euros, e o Coimbra
Participa, dirigido a um munícipe-alvo de idade superior a 30
anos, com um plafond de 100 mil euros, as ideias foram
desenvolvidas pelos seus autores. Estarão a votação por via
electrónica no portal do Coimbra Participa, acessível no
site institucional da Câmara Municipal de Coimbra (CMC) até
30 de Junho.
A
nova vereadora, convidada para defender as cores do Partido
Socialista na edilidade, promete. Tudo indica ter sido uma boa
aquisição. Não é a primeira vez que escrevo isto mesmo. Com
grandes segurança e competência, apresentou e, quando disso mesmo
se tratou, soube encaixar bem as críticas que foram desferidas
contra os serviços da CMC.
DAS
IDEIAS
Quer
na demonstração por parte dos jovens, quer na exibição das
propostas por parte dos séniores ficou bem patente um denominador
comum: uma gritante falta de sustentação sobre a matéria a expôr
e um enorme desconhecimento sobre a zona que serviu como temática
central, a Baixa. Sabendo todos os participantes que o que estava em
causa no objecto do concurso era a “Dinamização do Centro
Histórico” seria de supor que todos fossem melhor preparados. Na
sua grande maioria, ressaltou que o que estavam ali a defender eram
pontas soltas, divididas entre a animação social, música, teatro,
tertúlias, decoração em grafiti, história da cidade, ocupação
de lojas vazias, desporto, melhoria de recolha de lixo, saúde dos
idosos, ecologia, aplicações para telemóveis e a substituição de
serviços que, por si mesmo, já cabiam por inteiro à edilidade.
E QUEM
VAI GANHAR?
Quem
já ganhou e vai continuar a ganhar é Manuel Machado. O presidente
da CMC, com a aplicação de uns escassos 150 mil euros e o argumento
de que esta verba é essencial para revitalizar o Centro Histórico,
Alta e Baixa, está a ganhar em toda a linha. E se alguém duvidar,
bastava-lhe ter estado presente na divulgação do evento. Logo na
segunda-feira, no final da mostra, Madalena Abreu, vereadora sem
pelouro no executivo e em representação da Coligação “Mais
Coimbra”, teceu rasgados elogios ao acontecimento. E mais, no dia
seguinte, ontem, no Facebook, escreveu o seguinte: “As
propostas para o orçamento participativo jovem... ideias excelentes.
Criativas, executáveis e .... necessárias. Estão todos de
parabéns. A nossa cidade a crescer.”
Se
acrescentarmos que José Manuel Silva, líder do movimento “Somos
Coimbra” e também
vereador não-executivo concorreu com uma proposta, se dissermos que
os deputados à Assembleia Municipal de Coimbra eleitos pelo
movimento Cidadãos
por Coimbra também
estiveram presentes no antigo Salão Brazil e bateram palmas, fica
tudo dito. Ou melhor, extasiado, deslumbrado e sem reacção.
Parabéns
ao grande vencedor anunciado! Tenho de reconhecer que em terra de
cegos quem tem olho é rei!
1 comentário:
É um ponto de vista curioso este de que o grande vencedor do projecto do Orçamento Participativo de Coimbra seja o Presidente da Câmara.
Não há dúvidas de que o trabalho da Vereadora tem sido muito interessante.
No entanto importa lembrar que os orçamentos participativos não são propriamente uma novidade, havendo cidades de pequena dimensão no nosso país que já os têm há anos e com valores muito maiores. E por vezes até bem perto de Coimbra.
Estas autarquias retardatárias como Coimbra levam a cabo iniciativas destas muito por via da pressão exercida a um nível superior de poder, como são as instâncias europeias, e não por serem muito inovadoras.
Assim, quando o responsável máximo que há longos anos está no poder municipal deixa passar um comboio tão grande de ver como este, mesmo que tenha escolhido uma pessoa competente para liderar o processo, só pode sair perdedor.
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