sábado, 2 de junho de 2018

COIMBRA: FOI INAUGURADA A FEIRA CULTURAL

Foto de NOTÍCIAS DE COIMBRA.
(Imagem roubada ao jornal online Notícias de Coimbra)







Ontem, com muita pompa, muita circunstância e maior folguedo, foi inaugurada a Feira Cultural de Coimbra. Segundo o Diário as Beiras (DB), “Arrancou ontem mais uma edição da Feira Cultural de Coimbra. Até ao próximo dia 10, no Parque Dr. Manuel Braga, o artesanato, a gastronomia e a música são algumas das atrações para os visitantes.
Continuando a citar o DB, “(...) O presidente da câmara não tem dúvidas em assegurar que “todos têm lugar numa feira cultural”. Manuel Machado, que convidou os conimbricenses e todos os interessados “a visitarem a Feira Cultural de Coimbra”, sublinhou que “até 10 de junho haverá um conjunto de realizações e eventos que aumentam a atratividade de um sítio espantoso, que ó o Parque Dr. Manuel Braga.
Na edição deste ano, 208 expositores marcam presença na Feira Cultural. O investimento da autarquia ronda os 202 mil euros. Na opinião do presidente da câmara, o dinheiro investido é “o necessário para fazer um evento ímpar.

INVESTIMENTO”? IMPORTA-SE DE REPETIR?

Tal como escrevi no ano passado, em que foram torrados 170 mil euros -mais 40 mil do que no ano transato, de 2016-, numa política de terra-queimada, em que os ardidos são os comerciantes da Baixa -saliento que falamos de um centro histórico em que anualmente encerram dezenas de estabelecimentos-, o presidente da autarquia chama investimento ao acto solene de queimar mais 200 mil euros do erário público num acontecimento que, sendo pernicioso, nocivo, nada traz de retorno à cidade.
Tal como escrevi há um ano, não tem qualquer explicação lógica estar a pagar alojamento (alegadamente em alguns casos) e a dar espaço público, gratuito, a comerciantes que vêm de vários pontos do país, nomeadamente artesãos, hotelaria, livraria e alfarrabistas, música e outras iniciativas. Há aqui uma tremenda confusão entre desempenhos que cabem por inteiro ao Governo e não a uma autarquia local. No mínimo, faria algum sentido se a edilidade se propusesse desenvolver áreas comerciais e industriais do concelho de Coimbra. Embora mesmo neste caso, a meu ver continuaria a ser um absurdo. O que a Câmara Municipal de Coimbra está fazer, à custa de dinheiro público que é de todos nós, é gerar uma concorrência desleal e selvagem entre os operadores estabelecidos e estes novos “nómadas”.
Para além disso, como foi divulgado amplamente nos últimos tempos, a política do executivo socialista para a Baixa é aumentar astronomicamente os custos para as empresas com ocupação de espaço público -foi assim com as esplanadas, há cerca de dois anos, em que passou de zero para 2 euros por metro quadrado. Foi assim também há meses quando passou de 10 euros por ano para dez euros por mês para o espaço cedido a ementas de restaurantes e outros comércios com placards na rua.
Uma feira de iniciativa camarária, envolvendo meios humanos e logísticos, como electricidade e animação paga, nunca deveria ser gratuita -alguém está a ver a Expofacic, em Cantanhede, ser grátis para expositores? Ou ter entradas de borla, como é o caso da Feira Popular de Coimbra, em que a edilidade despende cerca de 50 mil euros para tornar os ingressos não onerados?
Alguém, usando o nosso dinheiro, está a abusar do seu direito.
Ficam três perguntas no ar:
-Qual é o retorno para a cidade com a Feira Cultural?
-Conforme afirmou Manuel Machado, será que, de facto, todos os operadores estabelecidos na cidade têm lugar na Feira Cultural de Coimbra?
-Se são sempre a aumentar, até onde vão chegar os custos com este evento para os próximos anos?
Responda quem souber!

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