quarta-feira, 27 de junho de 2018

BAIXA: CRÓNICA DA SEMANA PASSADA



FIM DA HISTÓRIA

Na segunda-feira da semana passada encerrou a Marvac, uma vetusta firma de mobiliário, louças e materiais para casa-de-banho, na Rua Simões de Castro.
Segundo a página na Internet, “A empresa iniciou a sua actividade em 23 de Janeiro de 1946 na rua da Sofia nº123 e 125 em Coimbra, no comércio de cristais, vidros e materiais de construção. Em 1999, a empresa mudou de instalações para a rua Simões de Castro nº 153, onde presentemente continua a funcionar.
Depois de 70 anos a laborar na Baixa de Coimbra, cerca de meio-século na Rua da Sofia e vinte anos na Rua Simões de Castro, quase a pedir desculpa por partir sem despedida, quase em segredo, a Marvac foi para o infinito de silêncio onde repousam todas as grandes empresas que marcaram a história da cidade. 
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Foto de Tripas & Fitas.
Embora só esta semana fosse oficial, depois de meio ano em actividade, encerrou a semana passada, na Rua do Corvo, o estabelecimento “Tripas&Fitas”, uma bonita casa de hotelaria com cafetaria e cujo chamariz principal são as celebérrimas tripas de Aveiro e outros doces de estalar o palato.
Não se sabe ao certo a razão do fecho do espaço comercial e industrial. Isto é, se foi por causas conjunturais e económicas se por motivo de força-maior.
Um vizinho, que pediu o anonimato, afirmou que Mara Ventura, que veio de Aveiro tentar a sua sorte na cidade de Aeminium, foi obrigada a encerrar por doença. A ser assim, e, se calhar, antes não fosse, desejamos as rápidas melhoras à jovem empreendedora que, apesar do pouco tempo entre nós, granjeou uma aura de simpatia.
Desde Janeiro, último, é o 23º encerramento comercial na Baixa.


SEMENTEIRA EM TERRA NOVA




No início da semana passada, no antigo Augusto Neves, um quase centenário estabelecimento de ferragens que foi para os anjinhos em 2008, na Rua da Sofia, abriu a “Loja do Euro”.
Embora já exista um estabelecimento na Baixa com o mesmo conceito, na Rua da Gala, onde qualquer produto tem o mesmo valor de uma moeda de euro, este novo espaço, que agora abre portas, nada tem a ver com o concorrente. Segundo informações curtas de alguém que sabe do que fala, este novo investidor vem de Viseu. Nesta cidade e Lamego detém vários estabelecimentos no género.
Ao novo vizinho desejamos as maiores felicidades.


QUADRO(S) DE ESPERANÇA

(Foto do Diário de Coimbra)


Citando o Diário de Coimbra”Se tudo correr como deseja Gonçalo Quadros, dentro de um ano e meio, a sede da Critical Software estará instalada no Arnado, no edifício dos antigos armazéns da Coimbra Editora. O imóvel, com cerca de quatro mil metros quadrados, foi recentemente adquirido pela empresa portuguesa - que hoje celebra o seu 20.ª aniversário - e a expectativa é a de que o edifício venha a acolher cerca de 400 novos funcionários (…).”
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BARALHAR E DAR DE NOVO



Durante a manhã da última quarta-feira a zona da Loja do Cidadão foi interditada a trânsito automóvel para filmagens.
Segundo uma fonte que pediu o anonimato, trata-se da nova grelha de publicidade à empresa de comunicações NOS. Segundo a minha fonte, uma equipa de filmagens está a percorrer várias cidades do país e com vários artistas nacionais a interpretarem “a minha casinha”, uma recriação dos “Xutos e Pontapés”.
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SOPAPO DE LUVA BRANCA

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(Imagem da Web)


Na última sexta-feira, o Diário de Coimbra (DC) -o nosso “Calinas”, como é tratado com carinho pelos mais velhos - deu uma lição de jornalismo ao “novato” jornal PÚBLICO.
Por ocasião do seu 88º de existência o DC, ao contrário do seu congénere, fez um bom trabalho a propósito da comemoração dos cinco anos de Património Mundial, atribuído pela UNESCO. Ouvindo todos os intervenientes com responsabilidade no presente e no futuro, no caso, comerciantes, hoteleiros, residentes e representantes do poder instituído, deu voz a todos. Quem leu, mais que certo, ficou com uma opinião mais bem formada sobre a consequência da legitimação para a Alta e para a Baixa da cidade.
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SONS DA CIDADE



Tal como anteriormente, este ano, para “celebrar a inscrição da “Universidade de Coimbra, Alta e Sofia” na Lista do Património Mundial da UNESCO sob o signo da reflexão e intervenção artística” começou na sexta-feira passada um vasto programa que “convida à deambulação e propõe a (re)descoberta e novas leituras da Cidade através do cruzamento de vários patrimónios: do edificado à língua e à música, da imagem à palavra e desta ao corpo e ao seu movimento no espaço-tempo” - texto retirado do programa oficial das festas que, desde cinema, roteiro gastronómico entre estabelecimentos hoteleiros no Centro histórico, teatro na rua e um jantar num largo da Baixa, decorreram entre 22 e 24 de Junho.
A crítica a estes eventos pode ser sintetizada numa pergunta e numa exclamação: já foi? Nem dei por isto!


SÓ DEVE MEXER EM VELHARIAS QUEM SABE




A Feira de Velharias, realizada ao quarto Sábado de cada mês habitualmente na Praça do Comércio, devido ao facto de ter sido instalado um ecrã gigante e uma zona de lazer, fanZone, na antiga praça velha, foi transferida para o Terreiro da Erva neste último Sábado. Segundo o jornal online Notícias de Coimbra, “Com esta transferência, a título excecional, a Câmara Municipal de Coimbra cumpre, assim, a calendarização de uma iniciativa que acolhe dezenas de expositores, oriundos de diferentes pontos do país, para exibição e venda de antiguidades de índole diversa, este mês, num espaço que merece ser vivificado
Por que não houve informação suficiente, sobretudo para os visitantes, houve pouca gente no reclassificado Terreiro da Erva a visitar as tendas. No mínimo, mandava o bom-senso que fosse colocado um painel aéreo a atravessar a antiga praça velha para os habituais clientes deste certame tomarem conhecimento da mudança de local.
Para complicar ainda mais, esteve uma canícula de quase 40 graus celsius.
Para encrencar ainda mais a coisa, Manuel Machado, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, que nunca colocou os pés no antigo espaço da Praça do Comércio, deu-lhe para ir ver como é que ficavam arrumados os estendais na “menina dos seus olhos”, como quem diz, no Terreiro da Erva restaurado sob este seu reinado. Se seguisse o seu horóscopo, não devia ter ido por que não estava nos seus dias.
Para embrulhar ainda mais o que já estava muito emaranhado, numa “espécie de posso, quero e mando”, deu-lhe para se meter com uma vendedora que não tem papas na língua. A Inês Contins, da Figueira da Foz, uma esforçada mulher de trabalho, que conheço bem, como é óbvio, não fala a mesma linguagem estatutária de Machado, o político bem sucedido, e o desencontro só poderia dar bronca.
Ora, por conseguinte, juntando tudo num caldeirão, é de prever que, se o pelouro da Cultura continuar a tratar os vendedores com o mesmo desrespeito e não descer do ilusório pedestal em que se julga entrosado, a toponímia do velho terreiro seja alterada muito em breve para “Praça dos Coveiros da Feira de Velharias”.
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