“Acaso
as três entidades, CMC, AHRSP e APBC,
considerarão
os comerciantes tansos, pacóvios,
palermas,
sonsos? Masoquistas, gostarem da dor?”
Desde
segunda-feira até ontem, sexta-feira, entre cerca de trinta
restaurantes, decorreu na Baixa a Festa da Sardinha.
Ontem,
a partir das 21h00, com 19 grupos participantes, houve um desfile de
marchas populares na Baixa.
De
ontem até 15 de Julho está decorrer “Os caminhos da Baixa –
Património Doceiro de Coimbra”
Foi
instalada na Praça do Comércio uma FanZone, uma área de lazer com
ecrã gigante, para ver os jogos do Mundial.
COINCIDÊNCIAS
Estes
eventos foram realizados conjuntamente entre a Câmara Municipal de
Coimbra (CMC), Associação de Hotelaria, Restauração e Similares
de Portugal (AHRSP) e Agência para Promoção da Baixa de Coimbra
(APBC);
Todas
estas iniciativas visam beneficiar a hotelaria da Baixa.
ENTRE
O CÉU E O INFERNO
A
instalação do ecrã gigante na Praça do Comércio para ver os
jogos do Mundial até faz sentido e, durante o dia e à noite, pode
ajudar a revitalizar a zona histórica. O que não parece coerente é
contratar artistas para animar a área envolvente e com esse acto
gastar cerca de 40 mil euros. O mastodôntico visor não seria
suficiente para arrebatar a antiga praça velha?
CONSTATAÇÃO
Comecemos
por trazer à liça o “Artigo Terceiro” -Objecto” do
Regulamento da APBC:
1-
A Agência tem como objecto social a promoção e modernização da
zona da baixa de Coimbra, visando a requalificação daquela zona e o
desenvolvimento da gestão unitária e integrada de serviços de
interesse comum;
2-
Para a prossecução do seu objecto social a Agência propõe-se
realizar, entre outras, as seguintes actividades:
a)
Realizar e gerir um plano de marketing e comunicação;
b)
Promover e publicitar o conjunto comercial;
c)
Definição dos horários dos estabelecimentos;
d)
Promover a uniformização da época de campanha comerciais;
e)
Garantir a animação da baixa;
f)
Fazer estudos de mercado e estudar os hábitos de compra;
g)
Editar um boletim informativo;
h)
Instalar postos de informação aos consumidores.
PERGUNTAS ESTÚPIDAS
Se o âmbito da APBC, enquanto entidade subsidiada pela CMC e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, entre outros, visa a promoção e publicitação do comércio (Artigo terceiro, 2, b), como entender todos estes eventos direccionados unicamente para cafés e restaurantes?
Se
a actividade comercial não é apoiada,
como se pode esperar que em "noites brancas" como a de
ontem, das marchas populares, se apele para as lojas se manterem
abertas para além das 19h00 e até à meia-noite?
Acaso
as três entidades, CMC, AHRSP e APBC, considerarão os comerciantes
tansos, pacóvios, palermas, sonsos? Masoquistas, gostarem da dor?
Com
este procedimento reiterado o que se espera que continue a acontecer
aos espaços comerciais? Que prossigam com mais força os
encerramentos na Baixa? Que abram mais lojas?
Responda
quem souber.
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