sábado, 3 de março de 2012

UMA FEIRA SOLIDÁRIA NA PRAÇA



 A tenda com cores berrantes chama a atenção de quem passa na velha praça. No chão, num estendal, vários artigos novos e outros que já o foram mas não perderam o seu interesse, convivendo em mistura feliz, parecem apelar a quem se aproxima que os leve num abraço.
Num repente, num bater de asas de uma pomba, todo o espaço envolvente da Praça do Comércio, está cheio de curiosos. Mas afinal o que é isto? Interrogo uma das senhoras, a Dona Leonor Castro Nunes, que me vai explicar. “Trata-se de uma feira solidária, organizada pela Apojovi/Aposenior  -em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra- e com sede na Estrada de Lisboa, Edifício Rainha Santa, Bloco Central, onde temos também a funcionar uma Universidade Sénior com cerca de 200 alunos. Este projecto, coordenado por Manuel Malaguerra, neste Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade Intergeracional, tem por objecto pôr em marcha o comboio da solidariedade. Aplicando o princípio do “dar um pouco do que se tem a mais para quem nada tem” é possível fazer um interessante trabalho. Neste caso concreto, temos aceitado bens em fim de ciclo, usados e novos. Olhe que, no caso destes, vamos pedir às lojas e dão-nos muito –veja ali aqueles coletes espectaculares ainda com o preço em escudos, já reparou? Do ponto de vista social é espectacular esta experiência, porque as pessoas colaboram intensamente. É como se estivessem à espera de poderem participar e com a sua dádiva ajudar quem mais precisa. Depois, com estes bens doados, fizemos 6 montes. Fizemos também uns papelinhos enrolados em que cada um custa 50 cêntimos e todos têm um número de um a seis. Ou seja, tem sempre prémio. Depois de adquirir a senha e ver o número correspondente, no monte calhado em sorte, é escolher à vontade. Com esta ideia aliámos a solidariedade ao jogo. Está a ser um sucesso.
Saliento que qualquer carenciado que o solicite pode escolher uma ou outra peça de roupa, ou mesmo outro qualquer produto, de que necessite, e desde que acreditemos que está a falar verdade. Deveria ser com uma declaração, mas estamos a passar por cima dessa burocracia.
O resultado financeiro desta acção reverte a favor da “Casa do Pai” e da “Casa dos Pobres”.
Estamos também a pedir a cada pessoa que nos visita que escreva algo sobre a solidariedade, aqui, neste impresso, onde consta a autoria e o contacto –e entrega-me um. Mais logo, no final, fazemos a escolha do melhor. Está um projecto bonito, não está? Vai escrever a sua mensagem, não vai?”



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