quinta-feira, 29 de março de 2012

A BAIXA ESTÁ EM FESTA



 São 21h00, na Praça do Comércio. O largo da praça está toda iluminado. Ao som dos “Deolinda”, os ainda poucos frequentadores do serão que se aproxima parecem dançar. Embora ainda se vislumbrem poucos estudantes, as capas negras, em grupo, já se avistam no histórico largo. Junto à Igreja de São Tiago, com o pórtico todo cheio de luz, contrariando outros dias em que  uma relativa escuridão a envolve num manto negro e a torna igual a qualquer outro casario, está um palco montado, com vários micros prontos a receber os vários grupos de artistas estudantes que ali irão actuar.
Com uma realização da BE Coimbra, que acolhe a “Festa dos Polos”, I, II e III, da Universidade de Coimbra, nota-se um cuidado extremo na organização. Bom, convenhamos que o caso não é para menos. É que na última segunda-feira, o Diário as Beiras, assim como bomba de mau cheiro incomodativo, noticiava que a autarquia iria apreciar uma licença para utilizar a “Praça Velha”, com uma festa de estudantes e durante toda a noite. Para mais, ainda afirmava que este evento dos estudantes tinha o apoio da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. Ora acontece que no ano passado houve aqui, neste mesmo espaço, uma festa de estudantes que, pelo barulho intenso em toda a noite, deixou amargos de boca em muitos moradores. Quando então saiu esta notícia no Diário as Beiras, na segunda-feira, deixou tudo em polvorosa, sobretudo a quem leu tal como eu. Felizmente foi fumo sem fogo. Ao que parece o jornal publicou o evento sem consultar os envolvidos –no caso, nem a BE Coimbra, nem a APBC, que só apoiava a meio apoiar. E mais ainda, segundo declarações de Miguel Matias, “a BE Coimbra apenas pediu a licença camarária até às 02h00, e nada mais!”
A verdade é que na velha praça, hoje, sobretudo os hoteleiros ali instalados, todos parecem estar satisfeitos. É que, por parte da BE Coimbra, houve o cuidado de lhes distribuir 3 pontos de venda de cerveja Sagres, mas sob responsabilidade de três cafés da praça. Ou seja, serão estes estabelecimentos que, com a promessa de estarem abertos até às 2h00 explorarão a venda de cerveja por sua conta. Extraordinário, digo eu, pelo respeito para com os mesmos este ano, já que no ano passado não foi assim. Os estudantes implantaram vários pontos de venda ao longo da calçada e, nas barbas destes hoteleiros, estiveram a vender o álcool. Pior ainda, como as casas-de-banho públicas estavam encerradas iam utilizar as dos cafés. Claro que os donos destes mandaram-se aos arames. Este ano, para além desta consideração, e pelo contrário, as sentinas estão abertas ao público. Nada a apontar, portanto.
Agora, para que tudo corra sobre rodas só é mesmo preciso que não haja chatices com os estudantes e que as bandas deixem mesmo de tocar às 2h00, que é para não haver reclamações da vizinhança. É evidente que se apela que é preciso haver alguma tolerância e nada de radicalismos, porque a praça está bonita e o ambiente está muito bom. Está giro e é uma noite diferente para a Baixa. Digo eu!


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