Ontem escrevi aqui que recentemente tinha encerrado a Vidrocarmo. Fundada em 1977, e provavelmente a maior empresa de transformação de vidros e molduras da zona centro, por decisão judicial, em processo de falência, fechou portas definitivamente.
Escrevi também que muitos clientes daquela reputada casa, surpreendidos pela acção, entraram em pânico sobretudo pelos muitos objectos pessoais, nomeadamente fotos, pinturas e outros muitos bens de grande valor sentimental.
Hoje encontrei Raul Marques, o último gerente da Vidrocarmo e filho do fundador com o mesmo apelido. Perante a aflição dos seus muitos clientes, tratou de me dizer que, aqui, e através de divulgação, no blogue,”informasse todos os detentores de bens à sua guarda que estivessem descansados que tudo iria ser devolvido. Ninguém ficaria sem o que era seu. Ainda não contactou os seus clientes porque está à espera do administrador de insolvência e só depois poderá fazer a distribuição. Mas, repetiu, todos os seus clientes que fiquem descansados, tudo irá ser devolvido, pelo menos no tocante a bens que seriam para arranjo.”
De qualquer modo, e prontificando-me a ajudar, quer os clientes da Vidrocarmo quer o Raul –que conheço há muitos anos e tenho a melhor impressão- se alguém precisar de algo urgente pode contactar-me para o e-mail choupalapa@sapo.pt e transmitir-lhe-ei a situação. Isto é, não sei se estarei a ser claro, mas tentarei servir de ponte entre as duas partes.
E COMO É QUE ESTÁ O RAUL MARQUES?
O Raul, quer psicologicamente, quer fisicamente, está muito abatido. E não será de admirar se entendermos que este homem, de apenas 49 anos, nem a subsídio de desemprego terá direito –curiosamente, fez questão de me dizer que os seus últimos três funcionários todos estão já no desemprego.
Perante uma situação destas, que arrasa um homem, uma família, pouco haverá a dizer, a não ser que qualquer um de nós, pelo menos quem anda nestas lides comerciais, está sujeito. Não vale a pena arranjar bodes expiatórios e dizer que foi por isto, por aquilo, ou por aqueloutro.
Em metáfora, é apenas o exercício de um equilibrista que se entrega totalmente à causa, mas trabalhando sem rede a qualquer momento pode cair. Tenhamos muito respeito por este Raul Marques e por outro qualquer que tiveram um acidente de percurso.
5 comentários:
Caro Luis Fernandes
lembro-me do Raul Marques com um bom carro e a fazer uma vida de rico, ah se lembro! Ele e a irmã. TB me lembro da forma como olhavam para os q na altura não aparentavam sinais exteriores de riqueza.
O mundo é uma roda... e o tempo é que dá respostas.
Meu caro, não duvido do que escreve, mas é assim: o que se ganha, nesta hora em que todos estamos num limbo, em ajustar contas? Eu gostava que me entendesse, porque no fundo, bem no fundo, também temo, com este tipo de discurso patético, cair no ridículo. Mas é o que penso. Sejamos condescendentes com quem não foi para nós noutros tempos. Acho que esta grande lição basta. Perdoemos a quem não foi generoso para nós.
Abraço e obrigado.
Lamento o sucedido.
Por outro lado, não deixo de manifestar aqui o meu grande desagrado por, em Janeiro de 2010, ter encomendado 2 vidros, onde me foi exigido o pré-pagamento de 89€. Vidros esses, que até hoje ainda não me foram entregues, embora tenha efectuado diversas diligências nesse sentido. A prova (recibo) deste valor, constitui o prejuízo que fui alvo.
Se o senhor Pinho quiser, posso contactar o Raul Marques sobre esse assunto e para ver o que é que ele diz. Diga alguma coisa.
Abraço.
Boa tarde. Faço das palavras do sr. Augusto Pinho minhas também. Encomendei um vidro para um pollivan no início de 2010 e foi-me exigido o pré-pagamento de 140 euros, repito 140 euros. Desde essa data desloquei-me dezenas de vezes à loja para falar com o sr. Raul e adiou sempre a entrega e colocação do vidro. Certo dia como não tinha o contacto da loja "à mão" fiz uma pesquisa no Google para saber o telefone fixo da Vidrocarmo, e, qual não foi o meu espanto ao encontrar centenas de queixas de situações idênticas à minha... Portanto, se a Vidrocarmo entrou em falência foi devido às inúmeras vigarices a que o sr. Raul se dedicou desde longa data para satisfazer a sua vida faustosa, lesando assim centenas de pessoas. Quanto a mim esse sr. Raul deveria era ser chamado à justiça para ser responsabilizado por atitudes que envergonhariam o seu pai e fundador de uma casa comercial de respeito e com longo historial de honestidade.
Jorge Capelo
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