Segundo os jornais diários, e, no caso, citando o Diário as Beiras, “A Câmara de Coimbra associa-se à iniciativa da WWWF –“A Hora do Planeta”- que pretende incentivar cidadãos, escolas e instituições a apagarem as luzes durante uma hora, mostrando, desta forma, o seu apoio à luta contra as alterações climáticas. Neste sentido, a autarquia irá desligar, simbolicamente, este sábado, dia 31 de março, entre as 20h30 e as 21h30, a iluminação em alguns edifícios e monumentos da cidade (…).”
Juro pela minha avozinha, que está lá em cima a descansar da fadiga de tantas décadas que andou por cá a aturar certos filhos da pauta e que nunca leu um jornal na vida porque não sabia ler, que nada me move contra os diários da Lusa Atenas, e muito menos contra o jornal do senhor Abrantes, que já foi um dia e o pôs neste mundo, mas às vezes, citando um amigo que, conhecendo todas estas vielas e becos, diz com grande solenidade: “até a pele se me eriça” –e puxa as mangas da camisa para cima e mostra um braço mais branco que a camisa que levei à primeira comunhão. E porque é que a pele se me põe assim, a modos igual a uma galinha sem penas? Interrogará vossemecê, leitor, que já está a ficar impaciente com esta prosa e a perguntar-se assim, c’mo a modos, “o que é que este gajo quer? Porque é que não vai para a fila à espera de ocupar o lugar do Orvalho, para vereador?”
Estou irritado, tenho de confessar, mas vou encher o peito de ar e contar até dez, para ver se me consigo conter. Então é assim, aqui na Baixa, há quase dois anos que os comerciantes, todas as noites, apagam as luzes das montras para ajudar a salvar o planeta. O Diário as Beiras alguma vez escreveu sobre isto? Escreveu?? Nunca!! E agora vem a Câmara Municipal encerrar as luzes uma hora e é logo notícia? Digam-me, digam-me, porra, com franqueza, isto, está certo? Nitidamente, estamos perante uma medida discriminatória e, pior, subserviente do poder instalado na Praça 8 de Maio. É ou não é? Respondam. Estou certo ou estou errado? Aliás, até vou mais longe, a maioria dos comerciantes da Baixa de Coimbra já deixou de fumar, de usar isqueiro, acender a lareira lá em casa, tudo por causa do planeta, é claro, mas isto nunca vem nos jornais. Porquê? Pergunto eu, alto e bom som? Porquê? Não é notícia?
Quem me conhece sabe muito bem que sou mais chato que a potassa, mas isso também não interessa nada para aqui, parafraseando aquela senhora que já fez mais plásticas que a dona Lili. Mas há coisas que uma pessoa não pode calar, carago! É ou não é? Uma grande maioria de comerciantes de aqui, da Zona Histórica, notoriamente, já nem faz aqueles exercícios que antigamente e supostamente os nossos pais faziam à noite com a sua consorte. Não sei se estarão a ver quais são. São uns esforços que o eram sem o ser, mas que queimavam muitas calorias e o planeta, naturalmente ficava mais pobrezinho –sobretudo se daí resultava em mais um indigente para o mundo. Agora, por causa disso mesmo, todos os lares dos mercadores estão envolvidos em silêncio de sepulcro, tudo por causa do planeta, nem preciso de repetir. O Diário as Beiras ou outro jornal da cidade falam disto? É o falas! Mas agora só porque a autarquia fecha as luzes uma hora é logo notícia. Mas que é isto? Já chegámos à Madeira?
Estamos perante um comportamento que é preciso corrigir com urgência. Bolas, “a César o que é de César!”. É ou não é?
O que vou contar a seguir não posso afirmar, mas quase. Até aposto que, por muitos profissionais do comércio, aquele “traquezinho” tão libertador, que sub-repticiamente davam, -isto é, se largava no éter-, por causa do planeta, é lógico, estes estoicos protectores ambientais renunciaram a esse prazer - também um pouco, porque foram obrigados a comer cada vez menos, mas isso também não interessa nada, o que conta aqui é a mais-valia para a Terra, é ou não é? E o Diário as Beiras conta alguma coisa disto? É o contas!
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