(IMAGEM DA WEB)
Ontem escrevi aqui um texto sobre uma nova casa de frutas que abriu na Rua Eduardo Coelho, propriedade do Pan, um chinês com estabelecimento de artigos decorativos e roupas na Praça do Comércio.
Em desenvolvimento, na crónica, fui dando asas a uma certa forma de estar na vida. Ou seja, no entendimento de que o Sol quando nasce é para todos. E até defendi “sobretudo os que cumprem as regras do jogo e se batem de igual para igual. O Pan é um deles, e há muitos como ele”.
Ora, só para se entender melhor, que regras são estas que eu fazia referência? São várias, mas vou apenas fazer alusão a um princípio no tratamento de reciprocidade. Isto é, os comerciantes radicados no Centro Histórico e a administração, chamam a si a obrigação de receberem este homem estrangeiro com o respeito que ele merece, concedendo-lhe os mesmos direitos que aos demais nacionais. Por sua vez, este comerciante, como outros, perante os instalados e a Administração Pública, obriga-se a cumprir a lei e as posturas municipais.
Segundo queixumes de vários comerciantes com quem falei hoje, a maioria indignados, ao que parece este novo vendedor de frutas, para além de não estar a cumprir a lei, não está a usar de ética perante os seus colegas. Ou seja, segundo queixumes, este merceeiro de frutas está a vender o seu produto nalguns casos a preço de custo e noutros com prejuízo, abaixo do que lhe custa no Mercado Abastecedor –como se sabe a lei prescreve a proibição de, salvo em casos especiais, vender abaixo do custo (dumping). Embora, saliente-se, tendo em conta a política de preços seguida nas grandes superfícies, esta lei é desrespeitada todos os dias.
Ora, a acontecer assim é inadmissível. Se for mesmo assim –coloco na interrogativa, porque não tenho meio de confirmação e nem intento ir falar sobre este assunto ao autor-, estamos perante um preceito sem moral e atentatório aos bons usos e costumes. É uma fórmula de política comercial de terra queimada, que, em vez de engrandecer a Baixa, pelo contrário, empobrece todos e conduz à destruição.
Tenho muita dúvida se deveria ter escrito este texto, mas, entendam, depois de ontem ter defendido uma certa compreensão para esta “invasão” chinesa no reino das frutas, hoje, perante o que alegadamente estará a acontecer, sinto-me profundamente enganado e traído.
O Centro Histórico não precisa e dispensa este tipo de comportamento.
1 comentário:
Entrei hoje na Loja do Pan e conferi o seguinte: ele tem a mesma uva em caixas diferentes de venda ao publico, uma das caixas a 0.59 centimos e a outra caixa a 1.49, como ja estive no ramo posso garantir que é possivel fazer este preço de o.59 centimos o kg, como? É simples,se eu for ao Mercado Abastecedor a poucos minutos de ele encerrar, compro todo o tipo de fruta, legumes a baixo custo. Por outro lado se tiver condições para comprar caixas de fruta ou legumes de 1ª categoria mas já com alguns toques de amadurecimento, algumas folhas amareladas e as comprar e fizer a respectiva escolha na minha loja, tambem me sai a baixo custo, logo consigo vender muitissimo mais barato, isto dá trabalho, é preciso ter tempo e condições. Nesta area os chineses são muito mais espertos que os comerciantes portugueses. Atenção que não estou a defender o Pan nem a criticar a sua conduta.
Deixo aqui uma sugestão:
Porque razaão os donos das frutarias da baixa de Coimbra não se ejuntam e fazem as compras juntas? Aposto que comprar em grande quantidade o produto ia sair muito mais barato.
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