sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A REVOLTA DOS FRUTEIROS

(IMAGEM DA WEB)




 Ontem escrevi aqui um texto sobre uma nova casa de frutas que abriu na Rua Eduardo Coelho, propriedade do Pan, um chinês com estabelecimento de artigos decorativos e roupas na Praça do Comércio.
Em desenvolvimento, na crónica, fui dando asas a uma certa forma de estar na vida. Ou seja, no entendimento de que o Sol quando nasce é para todos. E até defendi “sobretudo os que cumprem as regras do jogo e se batem de igual para igual. O Pan é um deles, e há muitos como ele”.
Ora, só para se entender melhor, que regras são estas que eu fazia referência? São várias, mas vou apenas fazer alusão a um princípio no tratamento de reciprocidade. Isto é, os comerciantes radicados no Centro Histórico e a administração, chamam a si a obrigação de receberem este homem estrangeiro com o respeito que ele merece, concedendo-lhe os mesmos direitos que aos demais nacionais. Por sua vez, este comerciante, como outros, perante os instalados e a Administração Pública, obriga-se a cumprir a lei e as posturas municipais.
Segundo queixumes de vários comerciantes com quem falei hoje, a maioria indignados, ao que parece este novo vendedor de frutas, para além de não estar a cumprir a lei, não está a usar de ética perante os seus colegas. Ou seja, segundo queixumes, este merceeiro de frutas está a vender o seu produto nalguns casos a preço de custo e noutros com prejuízo, abaixo do que lhe custa no Mercado Abastecedor –como se sabe a lei prescreve a proibição de, salvo em casos especiais, vender abaixo do custo (dumping). Embora, saliente-se, tendo em conta a política de preços seguida nas grandes superfícies, esta lei é desrespeitada todos os dias.
Ora, a acontecer assim é inadmissível. Se for mesmo assim –coloco na interrogativa, porque não tenho meio de confirmação e nem intento ir falar sobre este assunto ao autor-, estamos perante um preceito sem moral e atentatório aos bons usos e costumes. É uma fórmula de política comercial de terra queimada, que, em vez de engrandecer a Baixa, pelo contrário, empobrece todos e conduz à destruição.
Tenho muita dúvida se deveria ter escrito este texto, mas, entendam, depois de ontem ter defendido uma certa compreensão para esta “invasão” chinesa no reino das frutas, hoje, perante o que alegadamente estará a acontecer, sinto-me profundamente enganado e traído.
O Centro Histórico não precisa e dispensa este tipo de comportamento.

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Entrei hoje na Loja do Pan e conferi o seguinte: ele tem a mesma uva em caixas diferentes de venda ao publico, uma das caixas a 0.59 centimos e a outra caixa a 1.49, como ja estive no ramo posso garantir que é possivel fazer este preço de o.59 centimos o kg, como? É simples,se eu for ao Mercado Abastecedor a poucos minutos de ele encerrar, compro todo o tipo de fruta, legumes a baixo custo. Por outro lado se tiver condições para comprar caixas de fruta ou legumes de 1ª categoria mas já com alguns toques de amadurecimento, algumas folhas amareladas e as comprar e fizer a respectiva escolha na minha loja, tambem me sai a baixo custo, logo consigo vender muitissimo mais barato, isto dá trabalho, é preciso ter tempo e condições. Nesta area os chineses são muito mais espertos que os comerciantes portugueses. Atenção que não estou a defender o Pan nem a criticar a sua conduta.
Deixo aqui uma sugestão:
Porque razaão os donos das frutarias da baixa de Coimbra não se ejuntam e fazem as compras juntas? Aposto que comprar em grande quantidade o produto ia sair muito mais barato.