É o Adelino Paixão e a sua companheira. Já escrevi muito sobre esta figura típica que percorre a Baixa da cidade. Para quem não conhece, o Adelino tem uma deficiência mental, no entanto é pacífico e não faz mal a ninguém. Percorre as ruas pedindo uma moedinha aos mais conhecidos, como hoje aconteceu.
As cidades são como jardins floridos, e, nesta metáfora, pessoas como o Adelino e a sua companheira serão aquelas pequenas ervas que por mais que as tentemos evitar elas marcarão presença sempre no meio das mais bem cuidadas flores. Algumas vezes são de tal forma belas que não conseguimos evitar um "ah" de admiração. Serão, em complemento, uma dádiva da natureza. É como se a sua permanência entre a normalidade, na essência, nos obrigasse a reflectir. Usando uma frase que não é minha, "são um "elan" que evita que tudo seja rotineiro e tão igual.
Respeitemos os "Adelinos", os "Carlitos, popós", "os aspirantes", os "Geraldos" e tantos outros que pululam entre nós. Bem sei que, às vezes, é preciso pachorra para os aguentar, mas, como disse atrás, se são uma força da natureza, resta-nos recebe-los como obra e graça natural ou divina.
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