No dia 6, deste mês de Maio, nas belíssimas instalações da Junta de Freguesia de Almedina, participei num encontro sob o lema "À Conversa com o Centro Histórico". Como costumo fazer, escrevi aqui um texto sobre o assunto. Igualmente, e também como é hábito remeter para a entidade visada, enviei o comentário para o "Gestão Participada do Gabinete para o Centro Histórico", um blogue criado para, penso, divulgar o que se faz nesta zona velha e da responsabilidade daquele gabinete e, ao mesmo tempo, acolher ideias de cidadãos interessados na revitalização deste perímetro de antanho.
Com agradável satisfação recebi do director a seguinte comunicação:
Boa tarde!
Recebemos nestes serviços o texto que nos enviou para o nosso blog.
Registámos as observações e as sugestões que faz à primeira tertúlia "À Conversa com o Centro Histórico" e agradecemos o contributo.
Esperamos que, na próxima tertúlia (que se realizará em Julho), consigamos melhorar alguns aspectos que refere e voltar a contar com a sua presença e sentido crítico.
Gratos pela atenção,
Sidónio Simões
E porque relevo esta resposta?
Bom, é certo que o comentário demorou algum tempo a ser publicado, mas, para o caso, pouco importa. O que pretendo salientar é esta nova postura deste serviço público. Bem sei que se o blogue pretende participação é evidente que assim deverá ser. Porém, chamo a atenção para um pormenor, todos os textos que escrevo aqui, referindo pessoas ou instituições, tenho por princípio enviá-los para conhecimento dos visados. Acontece que, sobretudo as instituições, como a autarquia, por exemplo, nunca respondem. E pergunto: porquê?
Será que o que se escreve nos blogues -sobretudo aqueles que procuram uma linha séria e sem partidarite- não é para levar em conta? Será que as instituições ao não responderem quererão dizer que "vozes de burro não chegam ao céu?".
A meu ver, e já o escrevi aqui, os eleitos políticos -ou mesmo funcionários administrativos-, consideram que ao ocuparem cargos de decisão, alavancados em pedestais, transformam-se numa espécie de divindades. Logo, no seu entender, visando esclarecimentos, só respondem a jornais de grande tiragem, ou, se for assunto de relevância, sempre na mesma linha horizontal. Ou seja, se for vereador, só responde ao mesmo cargo similar. No seu pensamento, e salvo excepções, vir dar explicações, como por exemplo a um blogue que tem umas centenas diárias de leitores, isso será descer na hierarquização.
Não escrevo estas palavras de sentido vazio. Já há muito que constato este facto, e até já brinco com tanta santa ignorância... para não dizer estupidez. Quem é eleito deveria estar obrigatoriamente ungido de uma certa humildade, sobretudo pelo exemplo que serve de modelo a quem o rodeia. Deveria ser o primeiro soldado a lutar contra esta sociedade vertical, assente em pilares hierárquicos e estatutários de baixo para cima, e olhar para o seu semelhante de forma horizontal, na mesma linha do olhar.
Por aqui, estou certo, já se vê porque enalteço, e agradeço, esta posição de Sidónio Simões, director do Gabinete para o Centro Histórico.
Sem comentários:
Enviar um comentário