No próximo sábado, dia 21, numa organização do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, e na continuação da mesma rubrica em anos anteriores, vai realizar-se mais um “Mercado de flores e plantas”, nas Ruas Ferreira Borges, Visconde da Luz e Praça 8 de Maio.
Todos sabemos que este canal é fantástico para realizar eventos. Porém, tal como anteriormente, continuo a bater na mesma tecla –para não dizer em ferro frio-, porque razão não se aproveita para estender esta festa ao longo das ruas estreitas? Porque não se faz uma elipse, um desenho cónico, que, para além das duas ruas da calçada, iria apanhar o Largo da Portagem, Escadas dos Gatos, Rua de Sargento-mor, Praça do Comércio, Rua Eduardo Coelho, Largo do Poço, Rua da Louça e a desembocar na Praça 8 de Maio?
Diga-se lá o que se disser o pelouro da Cultura da Câmara Municipal tem obrigação –sublinho, tem obrigação- de, através dos acontecimentos culturais que promove contribuir para a dinamização de toda a Baixa. Ora, perante a experiência de em anos anteriores, assistimos que neste dia florido e perfumado os visitantes concentram-se todos no canal e as ruas estreitas, durante a tarde, ficam completamente desertificadas.
Ainda há alguns estabelecimentos que, por enquanto, vão teimando estar abertos ao sábado durante todo o dia. No mínimo, o pelouro da Cultura deveria incentivar para que outras lojas também o fizessem. Naturalmente que com certames como este das flores, se houvesse vontade política, teria aqui uma boa motivação para despoletar a (pouca) vontade de alguns comerciantes. Não se importando minimamente com este assunto, nesta omissão, que mensagem estará, implicitamente, a autarquia a fazer passar? “O problema é vosso! Não querem abrir não abram! Nós, pelouro da Cultura, apenas temos de realizar o programado, lá isso de revitalizar o comércio, essa coisa, não é connosco. Que temos nós a ver com a Baixa enquanto todo? Essa é boa. Para nós o que conta é o lado turístico. Ora os turistas só transitam nas ruas largas, não vão para as estreitas…porque são escuras e têm medo!”.
É óbvio que o que escrevo aqui, como sendo atribuído a quem decide no pelouro da cultura –no caso a responsável pelo pelouro Maria José Azevedo- são especulações, mas, que diabo, surpreenda-nos senhora vereadora. Mostre lá à gente que quer colaborar com quem está preocupado com a queda do comércio e está, continuamente, a pensar na forma de revitalizar a zona.
(Tal como em anos anteriores, este texto foi enviado ao pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra. Apesar de já ter feito várias promessas, a Fátima e à Rainha Santa, até agora ainda não consegui nada. Desta vez, vou mudar de protector e vou para o Santo Expedicto.)
2 comentários:
Meu Caro Quintans
Antes de mais, saudar a decisão "editorial" de não permitir comentários anónimos. Sempre evitei vir aos blogs, dado entender que, sem prejuízo de algumas bem intencionadas intervenções, eles serviam para alguns cobardes, a cobro do anonimato, criticarem sem fundamento e, pior, insultarem quem não sabe quem os insulta, logo não pode defender-se adequadamente.
Quanto ao texto, concordo inteiramente com ele. A Baixa é um todo e, como tal, deve ser visto e tratado. Na situação em concreto, reconheço que, em algumas ruas pode ser difícil de concretizar, mas a realização deveria alargar-se, aproveitando também largos e recantos da dita "baixinha". A mostra funcionaria como um circuito, o que, sendo devidamente sinalizado, levaria os turistas (internos e externos)a percorrerem toda a Baixa e não apenas a Praça 8 de Maio, a Ferreira Borges e a Visconde da Luz.
Um abraço e ... continue sem desfalecimentos.
Concordo plenamente, existem muitos largos e terreiros que deviam ser aproveitados para este tipo de iniciativas. A Praça 8 de Maio, Ferreira Borges e Visconde da Luz só deviam ser para eventos musicais.
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