segunda-feira, 26 de abril de 2010

POR QUE FUI EU CHATEAR QUEM ESTAVA SOSSEGADINHO?




 Como cidadão e munícipe, hoje fui à Assembleia Municipal pedir um inquérito ao desempenho das câmaras de videovigilância. Este investimento de cerca de 200 mil euros, efectuado pelo executivo camarário, não está a dar os frutos que foram antecipadamente anunciados.
Tal como disse lá, nos últimos três anos, fui assaltado durante a noite três vezes. Pela segurança da Baixa, durante a noite, neste período, fui várias vezes ao executivo e à Assembleia Municipal.
 Foi propalado na imprensa que das 17 câmaras instaladas, 12 gravavam os acontecimentos e cinco destinavam-se apenas ao controle de trânsito. Até aqui tudo bem. O que disseram –e aqui é que me indigno- é que durante a noite, das 20 às 8 horas, estaria um agente da PSP permanentemente atrás dos visores a monitorizar as imagens.
 Acontece que desde a implantação de vigilância aérea, em 15 de Dezembro último, só aqui na Baixa, já ocorreram 7 assaltos. Até agora, nunca se soube dos resultados da implantação das câmaras.
Na Quarta-feira passada, cerca das 4H30 da madrugada, foi assaltada a perfumaria Pétala. Acontece que este estabelecimento dista 50 metros, em linha recta, do vídeo instalado no frontispício da Câmara Municipal de Coimbra.
 Acontece também que dois dias depois, mais precisamente na Sexta-feira, o director do Centro Histórico, Sidónio Simões, em jeito de explicação, vinha a dizer no Diário de Coimbra que “a Câmara Municipal de Coimbra (CMC) “não tem qualquer responsabilidade” pelo facto de a câmara de videovigilância instalada na Praça 8 de Maio, no edifício da autarquia, não fazer a gravação das ocorrências, dentro do período estipulado”.
 Ora bem, eu sou um bocado lerdo -se não sabem ficam a saber- e às vezes custa-me a entender as coisas. Neste caso concreto, comecei a remoer no assunto, palavra de honra, parecia o “Rodin” naquela figura estilizada do “Pensador”. Pensava, pensava: mas que diabo! Que terá o cu a ver com as calças? Pensava cá com os meus botões. Tanto pensei que já deitava fumo pelos cabelos. Podem não acreditar, mas, por causa disso, fiquei completamente branquinho. Nem um cabelo preto me resta. Continuava a pensar, queres ver que o meu amigo –um dia ainda vai ser, acredito nisso- Sidónio Simões está a fazer de mim parvo? Sim, porque, efectivamente eu até sou…mas não gosto que me considerem. Vá-se lá entender isto.
 Continuando, eu até fui daqueles que, como princípio dissuasor da criminalidade, até apoiei a instalação daqueles meios electrónicos. Como não tenho complexos de “big brother", e também chegar aos polícias de proximidade nem pensar, alinhei neste sistema. Sempre era melhor isto que nada, pensei cá com a minha camisa, que há muitos meses não largo por não ter outra. Ora, aquando da instalação, o que foi transcrito nos jornais era que a gravação seria uma questão acessória, nomeadamente para elaboração de prova. O essencial seria a Baixa, durante a noite, ser vigiada através de um monitor por um agente da PSP –disseram eles, os que me “venderam” o produto.
 E então agora vem o meu amigo (que há-de ser um dia) Sidónio dizer que a causa da não prevenção do assalto à Pétala se deve à não gravação da câmara…da câmara? Como é que é? Bolas, o director do Centro Histórico é um funcionário da autarquia, não é um político. Não sei se estão a ver, o que quero dizer é que o funcionário municipal engenheiro Sidónio Simões tem obrigação de dizer a verdade. A um político partidário eleito, pessoalmente, até admito incorrecções à verdade, agora a um funcionário público não. Este não tem obrigação, numa simbiose inexplicável, de defender o que não lhe cabe. Em suma, as suas declarações pretendiam fazer de mim mais burro do que sou. Por isso mesmo, só por isso, fui à Assembleia Municipal.

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Ao menos alguem com coragem para ser frontal.Obrigado amigo Luis.