“Ó senhor Luís, venho pedir-lhe
um favor. Estou profundamente indignado. Peço-lhe por tudo que escreva sobre
este assunto. Ontem, depois do almoço, ia a passar junto à Penitenciária de
Coimbra e em frente ao quartel militar, antigo 12, vi a Polícia Municipal a
multar todos os carros estacionados em cima do passeio e pertença das visitas
aos presos naquele estabelecimento prisional. Bolas, está bem que as viaturas
estavam em transgressão, em cima do passeio, mas era Domingo e não estavam a perturbar o normal
fluxo de trânsito. Estamos no Natal, senhor Luís! Você entende? Eu não me
queixo por ter sido multado. Nada disso. Nem sequer tenho carro. Custou-me os olhos da cara ver
aquilo. Feriu-me a carne. Todos sabemos que ali à volta não há muitos estacionamentos livres.
Sabe-se lá quantas famílias teriam vindo ontem a Coimbra visitar os seus familiares e amigos com bastante sacrifício e vindos de todo o país? Não está certo, senhor Luís. Não está certo! O senhor pode escrever sobre a minha revolta? Mas não coloque lá o meu nome, não? A gente nunca sabe o que pode acontecer.
Sabe-se lá quantas famílias teriam vindo ontem a Coimbra visitar os seus familiares e amigos com bastante sacrifício e vindos de todo o país? Não está certo, senhor Luís. Não está certo! O senhor pode escrever sobre a minha revolta? Mas não coloque lá o meu nome, não? A gente nunca sabe o que pode acontecer.
Peço-lhe este favor sobretudo
porque pode ser que o novo comandante da Polícia Municipal tenha coração e
também sinta o Natal como eu e todos os outros. Você entende o que quero dizer?"
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