segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O ESTATUTO EDITORIAL DO BLOGUE




 Segundo declarações de um candidato partidário à Câmara Municipal de Coimbra, já apresentado publicamente e conhecido, “está aberta a campanha eleitoral”. Por outras palavras, iniciou-se a “caça” ao voto. Ainda não conhecemos outros que certamente se apresentarão no pleito. Todos os nossos leitores sabem que o Blogue Questões Nacionais é muito pequenino, quase residual, na cidade. Gostávamos de ser grandes? Se calhar dava jeito. Como nunca fomos não conhecemos as diferenças. Buscamos atingir esse pico? Penso que não. Para além do Facebook, onde colocamos uns link’s, não fazemos publicidade em mais lado nenhum. É um blogue modesto, mas acima de tudo o seu primado é ser honesto. Não se engana ninguém. É alimentado diariamente somente com uma pessoa –que sou eu, o Luís Fernandes, um criado às ordens de vossemecês. Este site não tem grandes meios, mas, como podem verificar, não os procura a todo o custo. Não tem publicidade, que é o instrumento mais conhecido. Aliás, contabilisticamente, esta página é uma desgraça: só dá prejuízo ao seu mentor. Ainda há dias fiquei a saber, pela super-estrutura do Google, que tinha atingido o “plafond” máximo para colocar fotografias. Em face disso, se queria continuar a mostrar o que se passa cá na Baixa, teria mesmo de “pagar e não amochar”, ou não “bufar”, sei lá! Mas como sou pobrezinho mas não coitadinho, está bem, pronto! A malta paga, como quem diz eu. Que não seja por isso que as notícias deixarão de dar à estampa.
O que me move? Poderá interrogar o leitor? Ora bem, vamos por partes. A primeira, e intrínseca, é o facto de gostar de escrever. É a minha “droga” diária. Bem sei que se é um pouco compulsivo não é bom. Mas, para me tentar desculpar, digo que este vício dá muitas chatices mas não me mata. Por comparação, e com respeito por quem os assume e precisa deles, não fumo, bebo moderadamente e não tomo ansiolíticos.
A segunda, gosto de intervir na vida pública. É uma mania debochada. Às vezes pergunto-me porquê. Chego à conclusão que deve ter a ver com as minhas origens humildes. É como se pelo complexo de inferioridade criado tivesse necessidade de o ultrapassar. Quem explicava isto muito bem era Adler, psiquiatra austríaco, 1870-1937 –isto é só mesmo para mostrar que sou muito culto, aparência, é claro, porque li muito pouco deste e de outros filósofos. Dizia então este grande estudioso da mente, contemporâneo de Freud, que “resultante de um sentimento de inferioridade haverá uma tendência para uma valorização que compense essa inferioridade”.
A seguir, como terceira parte, dizem os sociólogos –e eu reitero completamente- que o que move o homem é o interesse. Este, o interesse, depois pode ser divisível em várias partes, entre elas o reconhecimento. Isso quer dizer que não coloco de fora o interesse. Mas há um pormenor: procuro –nem sempre o consigo, esclareço- separar as águas. Isto é, tento que esse proveito não recaia directamente sobre mim. Admito que, através do reconhecimento, venha mais tarde, mas inicialmente no pontapé da acção não há egoísmo. Há apenas uma necessidade de, através dos escritos e da denúncia pública, se procurar uma solução para o caso em apreço.
E pode interrogar-se, aqui, no blogue, faz-se política? Faz sim senhor! Mas a favor da polis, da cidade. E, essencialmente, tenta que seja saudável, no sentido da independência partidária –salienta-se que não quer dizer que a partidária não seja necessária. O que quero dizer é que, como sou muito calculista, se não me vincular ou professar a fé de nenhum partido, penso, serei lido por todos. Por outro lado não me sentirei manietado por qualquer um. Aqui respeitam-se todos, desde que cada um, de modo igual, nos considere também. Não aconselharei o voto em nenhum candidato. Quem me enviar notícias aqui, sem qualquer selecção, serão apresentadas. Quem me convidar para uma qualquer sessão de esclarecimento, se eu puder estar presente, irei com muito gosto. Em suma, sem querer dar lições a ninguém, prezo muito a minha honestidade intelectual. Seguindo esse princípio, a todos darei voz de forma igual e com independência.
Para dizer isto era preciso escrever tanto? Pergunta você, e com razão? Que quer? A escrever sou como o doente do psiquiatra: quanto mais contar mais a minha alma fica aliviada.

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