(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
A “noite branca” anunciada pela
APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, para hoje foi cancelada. Ao
que parece, por detrás desta eliminação estará o mau humor de São Pedro. Embora
sem confirmação absoluta, diz-se por aqui, por entre becos e ruelas, que o
Senhor de todas as águas celestiais não gostou que a APBC, há cerca de três
semanas, tivesse recuado na intenção de realizar um evento acordado com o
Mercado Municipal D. Pedro V, e agora, em face da alegoria projectada para
hoje, de abrir os estabelecimentos até às 23h00, não foi de meias-medidas: toca
de mandar chover a cântaros e de modo a que tivesse que ser tudo anulado.
Estará certo isto? Cá por mim, que pouco entendo de religião, acho que está
mal. Por vários motivos. O primeiro será o facto de os comerciantes estarem a
precisar de ajuda e o segundo é a razão de estarmos no Natal. Que exemplo dá
este santo aos humanos? Diga-me, leitor, se pode responder? Depois querem que
as pessoas usem de perdão entre elas? Está mal! É mais que lógico. Aliás, não
sei o que teria feito o Armindo Gaspar, o presidente da APBC, mas, quanto a
mim, acho que isto não deveria ficar assim. Com muita celeridade deveria seguir
uma cartinha -sim por carta porque sempre é mais oficial- para Deus, que,
naturalmente, superintende os mandos, neste caso desmandos, do seu fiel
servidor. Até digo mais, era bom que o Senhor do Universo e Nosso Pai, com o
máximo de urgência, se demarcasse desta questão, caso contrário ainda vamos
todos pensar que se trata de um Deus vingador. E mais: é assim que se
conquistam fiéis para a igreja? Depois vem o reitor do Seminário de Fátima alegar que a frequência
religiosa está diminuir. Pudera?!
É óbvio que quem se está a rir a bandeiras
desfraldadas, até imagino, é o Paulo Diniz, o presidente da Associação dos
mercados de Coimbra. Ou, sei lá, se calhar, às tantas, isto até teria sido aliança entre ele e o
São Pedro. Eu não sei nada. Até porque conheço o presidente da nossa “praça” da
carne, do peixe e da hortaliça e não estou a vê-lo a querer vingar-se, mas eu
sei lá? Uma pessoa, nos dias que correm, já não conhece ninguém. O pessoal quer
é safar-se e levar a coisa avante. Mas, mesmo assim, pesando os prós e contras,
não, não estou a ver o Diniz a fazer contratos por debaixo da mesa com o dono
de todas as chaves de todos os climas. Mas que o Paulo deve estar a coçar a
barriga de contentamento, lá isso deve. Até pareço estar a ouvi-lo: “com que
então, há três semanas, não quiseram fazer a “noite branca connosco por falta
de recursos, hem? Ora toma lá que já almoçaste –mas vem comprar os géneros ao
mercado, não te esqueças!”
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