Há dias fui alertado por um
simpático velhote –como se eu fosse muito novo… ups!- de que tinha presenciado
o furto de uma placa de metal, em pleno dia, junto à Ourivesaria Costa. “Era a
placa do Dr. Bártolo, médico já desaparecido”, enfatizou. Disse também que se dirigiu a um
agente da PSP a chamar atenção para este facto anómalo e que o cívico
respondeu: “ó meu amigo, isto agora é o prato do dia. O que havemos de fazer?”.
E o meu interlocutor, em face da resposta, ficou indignado e interrogava-me: “olhe
lá, para que serve a polícia? Já viu isto? Acontecesse uma coisa destas no
tempo do António (Salazar) que ambos levavam uma lição, o ladrão e o agente.
Enfim! O que se há-de fazer, meu amigo?”, repetiu ele, sem se aperceber que colocava a questão da mesma forma. Quase sem saber o que lhe responder, prometi-lhe
que iria verificar e que escreveria sobre este assunto. Não faço a mínima ideia quem seja este agente da autoridade, mas, em resultado desta resposta,
talvez fosse bom alguém do comando sensibilizar os seus homens que respostas
destas são o pior que se pode dar a quem quer participar na vida pública.
Entretanto, passei na Rua
Ferreira Borges, onde outrora existiram muitos consultórios médicos e até
laboratórios e a verdade é que as placas desapareceram quase todas. Como recordação passada
restam lá os buracos. Creio, nunca ninguém se lembrou que estas chapas são
pedaços de memória de uma Coimbra passada. Foram furtadas? Foram retiradas
intencionalmente pelos donos dos prédios? Não sei. Deixo apenas o alerta. Quem
quiser e julgar que deve tomar atenção que faça o favor. Faço isto porque
entendo que, contrariamente ao que, presumidamente, o guarda da PSP teria retorquido,
deve ser denunciado por todos. É um acto de cidadania. Claro que todos falam
nisto, na cidadania, mas esquecem-se de explicar o que significa. Então, em vez
de ser o primado da vida em sociedade, passa a”cliché”.
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