quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

LEIA O DESPERTAR...



LEIA AQUI O DESPERTAR DESTA SEMANA 

Para além  do texto "PROPOSTA DA CASA DO COMERCIANTE ADIADA", deixo também as crónicas "DESESPERANDO PELAS COMISSÕES DOS SMTUC";  "EM NOME DE DEUS; CABAZES DELTA NA BAIXAe ainda  "REFLEXÃO: HAJA PACIÊNCIA!





PROPOSTA DA CASA DO COMERCIANTE ADIADA

 Nesta segunda-feira, última, na reunião do executivo, por parte da Coligação por Coimbra foi apresentada uma proposta para aprovação de cedência de um espaço situado no Mercado Municipal D. João V para a futura sede da Casa do Comerciante da Cidade de Coimbra (CCCC). A moção acabaria por ser retirada pelo vereador José Belo, que é jurista, e perante uma dúvida levantada por Carlos Cidade, também jurista e vereador do Partido Socialista.
O que aconteceu? Será a pergunta mais comum, neste momento, aqui na Baixa. Fui ouvir Carlos Cidade, que disse o seguinte: “a proposta foi retirada porque, do ponto de vista dos requisitos legais, quem a fez esqueceu-se desses pormenores importantes para quem tem que decidir, levando a quem decide, se o tivesse feito, a cometer uma ilegalidade”. Pode ser mais claro, Carlos? Interrogo. “Mas é simples, a Câmara não pode, nos termos da lei, contratualizar com entidades que não tenham personalidade jurídica, quer individual quer coletiva, e esse pormenor tem que ser resolvido primeiro. Ou seja, para haver consignação por parte da autarquia, é necessário a CCCC ter os estatutos promulgados, com Número de Identificação de Pessoa Coletiva. A Câmara não pode aprovar um contrato com entidades que não existem! É ilegal e implica perda de mandato!”
E o que diz José Belo? Não sei. Apesar da tentativa, não consegui o contacto direto com este representante da maioria e ouvir o seu depoimento. Mesmo sem lhe chegar próximo, porque tenho as minhas fontes, posso adiantar é que graças à boa vontade dos dois vereadores, Carlos Cidade e José Belo, o “quid pro quo”, tomar uma coisa por outra, está sanado e, a breve prazo, com a publicação dos Estatutos da CCCC, a proposta voltará ao executivo e desta vez será aprovada por unanimidade e no total espírito da lei.


DESESPERANDO PELA COMISSÃO DOS  SMTUC

 Fui alertado por um dos muitos operadores dos quiosques da Baixa, que pediu o anonimato. Contactei vários e todos corroboraram o mesmo. Vamos ler as declarações do primeiro: “ó Luís, tens de escrever sobre o que se está a passar connosco. Temos um contrato estabelecido com os SMTUC, Serviços Municipais de Transportes Urbanos de Coimbra, de carregar eletronicamente os passes e as senhas. Acontece que, nos últimos meses, estão a atrasar-se no pagamento de comissões. Em Novembro pagaram o Setembro. É muito chato. Já viste? Nesta altura em que estamos todos necessitados de financiamento e carregados com despesas, resolvem não cumprir com o acordado? Os SMTUC recebem diariamente na conta bancária o movimento correspondente. E nós? Será que não contamos para os serviços municipalizados? Temos as nossas despesas diárias; pagamos antecipadamente o IVA correspondente e sem receber o que temos por direito em correspondência. Isto está mal. Precisamos de dinheiro para os nossos custos. Está certo isto? Podes escrever uma crónica sobre este caso?”


EM NOME DE DEUS

 Que o homem é o lobo do homem não me escandaliza. Quem escreveu a frase pela primeira vez foi Thomas Hobbes -1588-1679. Para este filósofo da Idade Moderna “o homem é lobo do homem”, porque no “Estado de Natureza” em que se encontram “os homens são perfeitamente iguais, desejam as mesmas coisas, têm as mesmas necessidades e o mesmo instinto de auto preservação. Para este grande filósofo inglês o “estado natural” é o conflito, o dissenso, a guerra. As guerras existem porque todos concorrem pelo mesmo fim, pelas mesmas coisas. A disputa acontece porque o homem é um ser obsessivamente ambicioso. Nunca está satisfeito com o que tem. Quer cada vez mais e, para alcançar o que não tem, não olha a meios para atingir os fins. Por outro lado, o homem é um ser inacabado, incompleto, e tendo consciência desta imperfeição, na inquietação, abalança-se para a frente em busca de respostas que possam colmatar as suas dúvidas existenciais cada vez maiores, sobretudo assentes na catarse: “quem sou eu? O que faço aqui? Para onde vou?”. É também aqui, nesta interrogação metafísica, pela incapacidade de refutação convincente, que o humano se vira para o transcendente e, na sua fé, sem questionar, se vira para Deus e para o Seu poder supremo e omnipotente. Continuando sem respostas, mas aceitando o dogma como axioma, verdade sem contestação, para na sua mania de encontrar réplicas para todas as questões e aceita a impossibilidade de não ver para crer.
Não tenho dúvida em afirmar que o homem, sem resposta objetiva e clara para o que o move, a balouçar entre o bem e o mal, procura cada vez mais a perfeição e, dentro da sua natural propensão para a injustiça, tenderá cada vez mais em sublimar a iniquidade e ser equitativo. Naturalmente que neste caminhar ao longo da vida, em busca de uma solução filosófica às suas questões, se misturam as necessidades de poder, riqueza e reconhecimento. E é exatamente nesta mistura de contenda, ambição e notabilidade que assenta o progresso e desenvolvimento.
Isto tudo para dizer que não me escandaliza que a pessoa, nas suas relações bilaterais, seja e continue a ser imperfeita e injusta. O que me indigna é que em nome da sua crendice, em nome do seu acreditar, sobretudo quando se encontra numa posição de extrema fragilidade económica, alguém, uma igreja, em nome de Deus, em Seu nome, se aproveite da sua debilidade. Em face deste prospeto, estamos perante um exemplo acabado. É preciso denunciar esta nova forma de aliciamento social.


CABAZES DE NATAL DELTA NA BAIXA

 Em protocolo com a Câmara Municipal de Coimbra, os cafés Delta distribuíram na cidade, e também na Baixa, um total de 40 cabazes de Natal. Segundo António Prates e Patrícia Santos, representantes da empresa, esta ideia saída diretamente de Rui Nabeiro, o proprietário da prestigiada marca de cafés, é uma iniciativa inserida na rubrica “Tempo para dar” e praticada há vários anos pela Delta no país. Este ano, tendo em conta as necessidades mais abrangentes de uma maior fatia da população, foi alargada a mais cidades portuguesas, entre estas Coimbra.


REFLEXÃO: HAJA PACIÊNCIA!

 Foi em 19 de fevereiro, último, que um grupo de comerciantes se apresentou no executivo camarário a lembrar a autarquia que esta se encontrava em dívida para com os lojistas. Estava em causa uma obrigação plasmada em ata de 14 de outubro de 2002, em que se transcrevia que, em compensação para os mercadores da cidade e pela construção do Fórum Coimbra, a edilidade cedia um terreno no Planalto de Santa Clara para a construção da “Casa do Comerciante”. Por parte dos manifestantes foi dito que, por não haver dinheiro para a edificação, para começar e sem esgotar a obrigação, se pedia um espaço já construído na Baixa, cedido a título não oneroso, para iniciar os primeiros passos deste projeto sem fins lucrativos.
Na altura, em fevereiro, apesar das palavras simpáticas de toda a vereação, executivo e oposição, pelo presidente Barbosa de Melo foi dito que “agora sim, o comércio atravessa uma crise muito grande, não tenho dúvidas”. Passado quase um ano, depois da situação comercial se ter agravado e, sem resultados à vista, o mesmo grupo de comerciantes ter repetido a reivindicação em junho no plenário da Câmara, ainda não está resolvida esta questão de cumprimento de promessa. Escolhendo as palavras para não ferir suscetibilidades, porque estamos em período de pré-eleições autárquicas, gostaria de salientar que este arrastar no tempo é inconcebível; consome a alma do mais paciente cidadão e leva à desistência. Os eleitos político-partidários, numa espécie de jogo hipócrita de assédio imoral, estão sempre a apelar à participação cívica dos cidadãos na vida pública mas depois, “a posteriori”, na prática, em vez de colaborarem e tudo fazerem para elevarem a autoestima de quem quer participar e, em simpatia, levar outros ao mesmo exemplo, em contraproducente, remetem-se num silêncio insultuoso. Neste “dolce far niente”, neste ficar quedo e mudo, há uma provocação implícita, um desprezo por quem, gratuitamente e sem nada pedir em troca, quer fazer alguma coisa pelo meio coletivo. Talvez valha a pena pensar nisto!



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