Os 700
A notícia percorreu todos os noticiários (ou não viesse ela dos EUA): a polícia nova-iorquina fez 700 detidos entre os manifestantes que, há já semanas, assentam regularmente arraiais nas imediações de Wall Street, o coração financeiro dos EUA, protestando invariavelmente contra a mesma coisa: a ganância empresarial e financeira que conduziu os EUA (e o mundo) a uma crise profunda, com consequências devastadoramante crescentes em matéria de desemprego e miséria.
Desta vez os manifestantes ocuparam e paralisaram durante mais de duas horas a ponte de Brooklin, uma das mais movimentadas da cidade, o que serviu de pretexto à polícia para as 700 detenções.
Curiosamente, a mesma polícia foi omissa em relação a estimativas sobre o número de manifestantes, o que também é significativo, tal como este elevado número de 700 detenções.
Seja como for, no dia seguinte apenas cerca de 20 se mantinham detidos («para identificação», diz a polícia), mas as autoridades de Nova Iorque não podem suspirar de alívio: o movimento «Ocupem Wall Street», que há duas semanas assentou arraiais nas imediações do «coração financeiro» dos EUA e esteve na origem desta manifestação dos 700 detidos, parece longe de levantar âncora e terminar os protestos – que, entretanto, estão a alastrar por outras cidades norte-americanas.
Moldes
Ao que parece, a indústria dos moldes para abastecimento da indústria automóvel vai de vento em popa no nosso País, ao ponto de haver já empresas a recusar encomendas ou a subcontratar na China para responder às solicitações da clientela, esmagadoramente situada no estrangeiro. Para se ter uma ideia da prosperidade que acometeu a indústria dos moldes, basta dizer que está a facturar 350 milhões de euros.
Todavia, a indústria dos moldes está na mesma encrencada porque... a banca não lhe concede crédito para investir no aumento da produção, isto apesar do argumento de peso (sobretudo para os senhores do dinheiro) do crescimento da facturação, que, como dissemos, já atinge uns impressionantes 350 milhões de euros, o que devia ser motivo de regozijo (e de propaganda) do Governo Passos.
Interessados na «recuperação económica» do País, como ladaínha o mesmo Governo de Passos Coelho, que nem olha para esta boa notícia?
Vão mas é todos bugiar... mas para bem longe da governação.
Fome
Os dados são da União das Misericórdias Portuguesas (UMP): o crescimento dos utentes das cantinas sociais das Misericórdias é estimado entre os 300 e os 400%, e longe vai o tempo em que a maioria dos que procuravam estes serviços eram idosos. Agora acorrem maioritariamente homens de 40 anos, mas também já mulheres e crianças. Todos irmanados numa necessidade comum – a de aliviar a fome.
Isto é quando os «planos da troika» ainda não começaram «a doer», como dizem os nossos compenetrados governantes.
E quando «começar a doer», como é que se vai enfrentar a fome no País?
(RECEBIDO POR E-MAIL, COM PEDIDO DE PUBLICAÇÃO)
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