(IMAGEM DA WEB)
Esta foto, com estas duas personagens, é o paradigma da sociedade que construímos nos últimos 50 anos. Vazia, hipócrita, teatral, fria, cínica, amoral, fracassada, obsessiva, compulsiva, concentracionista, individualista, novo-riquista.
O que talvez nos devesse fazer pensar é que a performance, mesmo com o seu lado ridículo, atinge o seu objecto -lembremos, por momentos, o caso Futre. Se assim não fosse não veríamos os batalhões de jornalistas atrás da "sombra de nada". E se funciona é porque nós, voyeurs, espreitando através do buraco da máquina do operador de imagem estamos dispostos a pagar para ver. E se não repudiamos a representação, certamente, é porque, como fetiche, nos identificamos com ela. Há aqui um conflito mal resolvido entre o gostar e o odiar. Se todo o homem é bipolar, dividido entre os cromossomas y, masculino, e x, feminino, e em muitos casos é a sociedade, através de estereótipos, que obriga à demarcação, talvez se comece a entender todo este espectáculo em torno de ícones de coisa nenhuma.
O que talvez nos devesse fazer pensar é que a performance, mesmo com o seu lado ridículo, atinge o seu objecto -lembremos, por momentos, o caso Futre. Se assim não fosse não veríamos os batalhões de jornalistas atrás da "sombra de nada". E se funciona é porque nós, voyeurs, espreitando através do buraco da máquina do operador de imagem estamos dispostos a pagar para ver. E se não repudiamos a representação, certamente, é porque, como fetiche, nos identificamos com ela. Há aqui um conflito mal resolvido entre o gostar e o odiar. Se todo o homem é bipolar, dividido entre os cromossomas y, masculino, e x, feminino, e em muitos casos é a sociedade, através de estereótipos, que obriga à demarcação, talvez se comece a entender todo este espectáculo em torno de ícones de coisa nenhuma.
Também é certo que a sociedade, sobretudo ao longo dos últimos cinco séculos, sempre balouçou entre o drama e o cénico. No entanto, na actualidade, e talvez pela maior aceitação da idiossincrasia, da liberdade individual, felizmente, deu-se um grande passo para que cada um seja aquilo que quer ser. Mas, neste caso, não se trata de estes personagens mostrarem a ambiguidade entre o natural e o aberrante. Aqui há uma teatralidade marcante, um explorar de emoções. Então, em resumo, surge a interrogação: há necessidade de tudo isto? Por parte dos actores, é óbvio que há. Por parte da colectividade cada um responderá à sua maneira.
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