sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

LEIA AQUI O DESPERTAR



LEIA AQUI O DESPERTAR DESTA SEMANA



Para além do "Medina aqui tão perto", deixo também dois textos que escrevi e que pode ler lá também


REFLEXÃO: BAIXA, TERRA DE ESPERANÇA

 No último texto que escrevi sobre o Eldorado, dizia o Manuel Ribeiro que “os comerciantes da Baixa estão derrotados psicologicamente. Perderam o entusiasmo”. Se, por um lado, tendo em conta que este velho lobo do comércio se afastou das lides da compra e venda já há muitos anos e devemos desvalorizar um pouco as suas palavras, por outro, e apesar de ver de fora, temos de lhe dar completa razão.
Quem estiver atento, assiste-se no comércio da Zona Histórica a dois movimentos contrários entre si. Um, o dos instalados e constituídos por sujeitos acomodados, presos a rendas antigas ou lojas que vêm dos pais em herança, sem ânimo, está cá por estar e não faz nada pelo meio envolvente. Com o tempo, tornaram-se máquinas presas a rotinas anacrónicas. Abrem portas cada vez mais tarde e encerram cada vez mais cedo. Convencê-los a laborar ao sábado de tarde nem pensar. Outro movimento, centrífugo, em contrário e de grande velocidade, é o de quem chega de novo. Começam com poucos meios num lugar estranho. Com rendas elevadas, a raiar o abuso de posição dominante, a sua esperança no amanhã é infinita. Trabalham de segunda a sábado, todo o dia. Donos de uma fé inabalável, acreditam verdadeiramente na sua vontade. Apesar da retracção económica e de alguns encerramentos, constata-se uma renovada procura. Para muitos, esta zona continua a ser a ponta do sonho materializado. O futuro comercial da Baixa, essencialmente, vai depender destes novos empreendedores.

O MERCADO DA AGONIA




“Querem acabar com o Mercado Municipal D. Pedro V. Ninguém se interessa por nada!” –é assim que Alberto Henriques, um reconhecido comerciante desta antiga praça popular da Baixa, se refere. “A escada rolante, que dá acesso do rés-do-chão ao primeiro-andar, está avariada e inactiva desde o dia 8 de Dezembro. De um total de três elevadores, embora um esteja a funcionar, dois estão incapazes de servir. Um há quatro e outro há oito meses. Perante este desleixo continuado, deveria passar a chamar-se “mercado da agonia ou das lágrimas”! Nós estamos para aqui abandonados e ao deus-dirá! Esta escada mecânica é essencial para o acesso dos mais idosos. Dá impressão que a autarquia quer arrastar deliberadamente este espaço de memória para a lama. Quando vejo o estado a que chegou o “meu” mercado, acredita, dá-me vontade de chorar. Eu estou aqui há quase quatro décadas. Conheço a história de qualquer um que aqui vende de trás para a frente. Estou triste. Muito triste!”

E AS ASSOCIAÇÕES DO MERCADO? POR ONDE ANDAM?

 O Mercado Municipal D. Pedro V tem duas organizações representativas: a CPAMMDPV, Comissão de Produtores Agrícolas do Mercado Municipal D. Pedro V, e a ACMC, Associação do Comércio dos Mercados de Coimbra. Esta com sede dentro do próprio mercado.
Quando questionada sobre este facto uma vendedeira de hortaliça, no rés-do-chão, que pediu o anonimato, enfatizou: “ora, ora! Eles querem lá saber! Toda a gente vê que o mercado morre um pouco todos os dias, e eles, que estão cá, não se apercebem?”


E O VEREADOR RESPONSÁVEL O QUE DIZ?


 Perante o desânimo dos comerciantes do Mercado Municipal contactei o vereador incumbido pelo pelouro, João Orvalho, que respondeu o seguinte: “compreendo o desalento dos operadores do mercado. Não está fácil... a solução para as intervenções nas escadas (primeiro foram duas avariadas, mas retiraram uma peça da que está em pior estado e repararam a outra). Agora só falta haver tesouraria -com o novo ano contabilístico a funcionar- para fechar o procedimento e passar à requisição do serviço; o mesmo se passa com os elevadores, cujo contrato de manutenção finalizou.
Gostaria de deixar uma mensagem de esperança a todos os que trabalham no Mercado Municipal. Enquanto responsável pelo pelouro,  quero dizer que desde que tomei posse, lancei a mim mesmo o desafio de revitalizar este grande “ex-libris” da Baixa e é o que estou a fazer. Muito em breve anunciarei um plano que irá revolucionar toda esta grande praça popular. Como sabem o município tem graves dificuldades financeiras e, por isso mesmo, as soluções, por vezes, tardam. Peço-lhes encarecidamente alguma paciência e um voto de confiança. Não me esqueço de vós.”




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