Leia tudo no mais antigo jornal em actividade na cidade, mas, como sei que gosta da Baixa, comece nesta rubrica "Memória" que faz parte de uma página dedicada exclusivamente a esta zona de antanho. Fui convidado para ser o mensageiro do que, resumidamente, se passa por aqui. Naturalmente que me colocaram uma responsabilidade sobre os ombros, mas tentarei corresponder ao desafio. Como um igual a tantos outros, como você leitor, que amam e defendem uma Baixa rejuvenescida e prenhe de crianças e adultos a morarem aqui, tenho de agradecer esta gentileza à direcção do Despertar.
Quanto a si leitor, sem ser aborrecido, gostava só de lembrar que o manter em actividade um jornal, uma farmácia, uma loja comercial, um café, os bombeiros voluntários e outros, tal só é possível se os "consumirmos". Isto é, frequentá-los e adquirir os seus produtos. Esta é a parte social fundamental que cabe a todos. Bem sei que na maioria das vezes a troca deve-se à relação preço/necessidade, porque, exactamente, vivemos cada vez com menor rendimento. Mas, mesmo na dificuldade, temos todos de ser capazes de transcender o nosso interesse pessoal e olhar um pouco para a comunidade. Já imaginou este imenso casario sem lojas de comércio? Pois olhe que este cenário, se não tivermos cuidado, não andará longe. Todos vivemos de recordações. A memória como "flashback", a nossa própria história existencial, se atentarmos bem, é o vento que toca a vela da vida. É a força que, vindo de trás, nos impele para a frente. Uma pessoa sem memória é um ser vazio, sem referências e sem dados comparativos. Quem não esquece o passado, tomando nota de todos os pormenores para que os vindouros não o olvidem, é rico no saber. Todos temos obrigação de a perpassar aos mais novos.
É por tudo isto que não podemos deixar apagar os pequenos lugares, os objectos que nos dão prazer. Está tudo na nossa mão. É por isto tudo que, dentro da minha humilde disponibilidade, aceitei colaborar gratuitamente com o Despertar. Bem haja a todos.
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