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Como ressalva de valores, começo por dizer que não gosto de futebol, ou, se calhar, porque fica melhor, não ligo à bola. Acrescento também que falei, por acaso, uma vez ou duas com os dois candidatos ao pleito eleitoral para a eleição de uma nova direcção, respectivamente Maló de Abreu e José Eduardo Simões –e que, ontem, viria a sagrar-se vencedor o segundo. Nem preciso dizer que os dois contendores, em relação a mim, quase de certeza que nunca ouviram falar. Estarei para eles como um grão de areia estará para uma praia.
E escrevi esta introdução para melhor se entender que estou equidistante em relação a estas duas figuras públicas locais.
Em relação ao futebol nacional, apesar do que plasmei em cima, tenho imensas interrogações, mas não irei dissecá-las aqui. Curiosamente, no que toca ao local e mais propriamente a esta eleição, estou de boca aberta.
O que fará mover tanta gente em torno da Académica? Serão os seus 123 anos da academia e o seu futebol que sempre lhe esteve ligado? Sim, esta premissa, entre outras, deve ser importante. Se não somos obrigados a interrogar porque é que ninguém se interessa pelo União de Coimbra, por exemplo?!
Para mim, que sou “bola-excluído” como disse, faz-me alguma impressão compreender o quanto esta eleição fez abanar, em cisão, a estrutura política da cidade, neste presente de semanas e pretérito de últimos anos e que tanta água fez correr no Mondego e afluentes. Nomeadamente, com algumas pessoas a confundirem o serviço público na autarquia com o privado “clubístico”.
O que fez o candidato Maló de Abreu desvincular-se de líder da Assembleia Municipal –não sei se definitivamente se temporariamente- para abraçar inteiramente a possibilidade de nortear os destinos da OAF, Organismo Autónomo de Futebol, da Académica? Está bem que foi um emérito guarda-redes nos anos de ouro do clube e também já tinha tentado o sufrágio em 2004, mas serão só estes dois motivos? Sei lá, se calhar porque hoje ser presidente de um grande clube dá mais “pica” que ser político. Terá certamente a ver com a psicologia social, com a vaidade humana e a possibilidade de ser idolatrado pelas massas, já que, também, os “media” dão mais importância a este desporto que à mensagem e o desempenho político em si mesmo. Enfim, coisas para o Sigmund (Freud) dar resposta.
Quanto ao outro candidato e agora presidente –caso a impugnação seja improcedente-, José Eduardo Simões, para além de, igualmente, estar rodeado de nomes nobres da política local, faz-me alguma confusão o estar indiciado em processos no tribunal, que após julgamento em primeira instância estão em recurso, e não ter gerado nos sócios do clube negro qualquer introspecção. Gostaria de ficar bem claro que, quanto à matéria de facto e de direito, não estou a querer imiscuir-me. Não percebo nada e nem quero. Que fique bem claro. Isso é do foro dos tribunais e recuso-me a fazer juízos de valor. Nada tenho a ver com isso. O que a mim me faz alguma espécie é estes acontecimentos não terem pesado nada na decisão de o reeleger novamente. Vamos supor -apenas supondo, porque não lhe quero mal nenhum-, que os recursos não lhe correm de feição e é condenado. Como é que fica a imagem do clube? Bom, quem me está a ler terá de me dar algum desconto. É óbvio que estas interrogações só podem mesmo porvir de um sujeito que, para além de não perceber nada de bola, não vai à bola com o futebol, e, no limite, para fazer tanta pergunta, também não baterá bem da bola. Só pode!!
2 comentários:
Boa noite, desculpe mas tenho de lhe dizer, que quem tem um blog, quando emite um comentário ou uma noticia tem de saber o que está a dizer.
Significa que tem de fazer investigação, pesquisa, para assim ter um blog credível, peço desculpa mas tenho que o dizer. Sabe quais foram as épocas de ouro da académica? sabe que idade tem o Dr. Maló de Abreu? investigue e depois faça as devidas correcções.
Como sempre incisivo e oportuno.
Subscrevo tudo o que referiu,Luís.Principalmente,as suas interrogações(ser presidente de uma Sad/Clube actualmente é mais importante do que qualquer cargo politico)e a sua menção ao «outro» clube da cidade.O União tem sido esquecido pelas instituições da cidade,se fosse com a AAC as dividas já estariam saldadas,mas como é o clube dos futricas...
Abraço,Marco
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