Na bonita igreja de Lamarosa, perto de Tentúgal, e perante cerca de quatro dezenas de pessoas, constituídas por familiares, amigos e vizinhos, foi a enterrar o Luís Miguel Pereira Santos, alcunhado em toda a Baixa de Coimbra como o “aspirante”.
Conforme noticiei aqui, no domingo, este rapaz com 38 anos de idade, foi encontrado no rio Mondego a boiar. Muito conhecido no Centro Histórico, segundo o pai, Maximino Santos, o Luís Miguel no desempenho do serviço militar foi Aspirante. Após um ano de ter deixado a tropa sofreu um grave acidente de automóvel que, psiquicamente, o viria a deixar incapacitado para o resto da sua vida. Saliento que o Luís nesta última viagem até ao interior da terra foi vestido com a farda militar, que foi sua, e que tanto recordou enquanto viveu entre nós.
Sem grandes choros ou alardes de tristeza na assistência, o nosso “xinquenta”, como também era chamado, sob o esforço de quatro agentes funerários, calcorreou os escassos metros que separavam a esplendorosa capela de aldeia até ao cemitério local.
Não teve tantos amigos na sua última despedida como seria de supor –lembro que de domingo até ontem, por causa desta notícia, o blogue teve quase 9 mil visitas. Hoje, cerca 4 mil. Mesmo assim, no derradeiro levantar do lenço, teve os que pode ter e quem lá esteve, sem ser empossado, creio, representou todos aqueles que gostavam dele, sobretudo quando, com beicinho, soletrava a frase: “mi dá “xinquenta”…mi dá!...Tu és tio-avô… tu és Deus! Mi… aspirante tropa!”, e fazia círculos com a mão no ar, como a querer dizer que era preciso respeitinho.
À família enlutada, ao pai Maximino, em nome de todos os comerciantes da Baixa, nesta hora de perda, um grande abraço de pêsames.
Até sempre Luís Miguel!
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