“Boa tarde. É o senhor Luís? Desculpe incomodá-lo, trabalho ali na Loja do Cidadão, e vinha pedir-lhe um favor. Quem me cá mandou foi a minha colega, a (…), está a ver quem é? Já ando há uns dias para vir ter consigo. Será que o senhor poderia ajudar-me? Bem sei que não sabe o que me traz cá, mas vou explicar. Não sei se sabe mas a camioneta grande do lixo, uma espécie de armazém central, à noite, estaciona no meio do Largo das Olarias para, em transbordo, receber a carga de resíduos dos carros mais pequenos que circulam aqui nas ruas estreitas da Baixa. Então acontece que ao ser feita esta trasfega vão caindo líquidos para o chão e que por lá ficam durante todo o dia a conspurcar o ambiente com um odor a pútrido que não se suporta. Como até agora o tempo tem estado ameno, nós, lá no serviço, até temos aguentado, mas, com temperaturas altas como estão hoje, aquilo, ali, é um fedor insuportável. É certo que só se nota mais na rua –porque lá dentro temos ar condicionado-, mas, quanto a mim, não deve continuar e pode-se evitar. Bastava, por exemplo, que depois desta transferência de lixo diária passasse um carro com água e lavassem o sítio. Que diabo, estou a pedir muito? Aquilo até parece mal… acredite! Se lá for ver hoje verificará que aquilo é imundo. No chão está um líquido viscoso. O cheiro é mesmo nauseabundo. É que, às tantas, mesmo o pessoal da recolha nem se apercebe. Quem cá está é que grama o cheirete.
O senhor acha que pode escrever sobre isto? A minha colega disse que o senhor tem um blogue e que os serviços da autarquia o lêem. Pode ajudar-me?”
(TEXTO ENVIADO PARA A AUTARQUIA ATRAVÉS DO E-MUNÍCIPE)
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