sábado, 2 de abril de 2011

A ENTREVISTA QUE NÃO EXISTIU



 Penso que este desmentido, pelo tom de brincadeira em que foi escrita a entrevista ontem, dava para ver que era uma mentirinha do primeiro de Abril. Naturalmente que em filosofia, sabemos, toda a VERDADE contém sempre um pouco de falsidade e a MENTIRA, igualmente, tem sempre algo de verdade. Se atentarmos em qualquer delas, o que se procura, dissecando a sua essência de trigo e joio, é a separação entre o positivo e o negativo. Nestas duas premissas existenciais de vida em sociedade, no fundo, tenta-se alcançar e elevar o VALOR verdade -enquanto valia predominante na comunidade-, em contraposição com o desvalor mentira. 
O que quero dizer com toda esta sopa de letras é que, mesmo em jeito de sátira, era minha intenção que esta ideia da "Casa do Comerciante" ficasse a pairar no ar. E sabendo todos os tantos prédios que a autarquia tem arrolados no seu acervo, na Baixa, até nem seria difícil levar este projecto em frente. Seria, como escrevi ontem, uma forma de homenagear toda uma classe que, mesmo sabendo perseguindo fins egoístas, ao longo dos séculos, tanto fez pelo desenvolvimento da cidade. 
Para todos os efeitos, tendo em conta a sua história, apesar de pequenos arremedos, Coimbra nunca foi uma cidade polarizada na industria. Pelo contrário, maioritariamente, talvez por ser o centro da zona Centro, no seu núcleo de atractividade, foi sempre uma urbe de serviços e virada para o terciário. Hoje então mais do que nunca, com a falência da industrialização e emergência de novos conceitos profissionais.
Em resumo, sei que quer o presidente da Câmara João Paulo Barbosa de Melo, quer o vereador dos recursos humanos, João Orvalho, quando podem, lêem este blogue. Por isso mesmo deixo o alvitre no ar. Aos dois, pela entrevista forjada, as minhas desculpas. Mas como foi por uma boa causa, obviamente, que estou perdoado.

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