Há menos de um mês contei aqui uma história verdadeira, a que chamei o anjo cinzento de Deus, contada pela autora e em que envolvia o padre Humberto Rolo, prior da igreja Apostólica Católica Ortodoxa, como seu salvador espiritual de uma vida de sofrimento terreno.
Esta semana que passou, porque tinha lido a história no meu blogue, fui convidado pelo padre Humberto a conhecer o seu priorado no lugar de São Frutuoso. Para além disso, porque iria haver hoje uma procissão nas ruas da aldeia, dizia-me o sacerdote: porque é que o senhor não aproveita e fotografa a procissão penitencial? Olhe que é uma coisa linda!”.
Pronto, está bem, irei lá, senhor padre. E lá fui eu então tirar uns retratos.
Sob uma canícula abrasadora de 30 graus célsius, cerca das 15h30, um grande grupo de fiéis, acompanhado do andor de Cristo Sacrificado, percorreu as estreitas ruas da encantadora aldeia.
Depois de passar o cortejo religioso, o senhor Manuel abriu a porta numa das ruelas, que por serem apertadas, só podem ser calcorreadas por pessoas ou animais e nada de automóveis. Aproveitei para meter conversa.
-Boa tarde, como está o senhor –cumprimentei. Então não foi acompanhar a procissão?
-Olhe, sinceramente, sabia mas passou-me. Estou mesmo agora a chegar do Continente mais a patroa. Fomos às compras para toda a semana.
-E se se tivesse lembrado teria ido?
-Claro que teria. Às vezes vamos lá à missa…
-Daqui do lugar vai lá muita gente à homilia? Interrogo porque, como deve saber, o padre Humberto é Ortodoxo. E não faz diferença?
-Vai lá muita gente, sim. Isso de ser ortodoxo, para nós, e falo por mim, não interessa nada. Diga-me lá, as religiões não serão todas iguais? Não há um único Deus?...
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