sexta-feira, 8 de abril de 2011

O JANTAR DOS BOMBEIROS VISTO PELA ROSETE "SEMPRE EM CIMA"





 Nos últimos tempos a minha vida tem sido um tédio. Não é porque não tenha convites para sair. Nada disso. A idade está a tornar-me mais selectiva. Nem tudo me serve. Então esta malta nova da minha geração, os homens entre os vinte e os trinta, é uma desgraça. Falta-lhes calo de história, sei lá! Olham assim para uma mulher e pensam que tudo se resume a um rebolar de corpos e mais nada. Uma pessoa precisa de conversar, entrar nos labirintos que nos corroem o dia-a-dia, mas qual quê? Não sabem nada. Olho para eles e fazem-me lembrar uma caixa de bombons com uma bonita paisagem suíça na capa. Não sei se estarei a ser clara…é só mesmo paisagem. E eu já há muito que ultrapassei a fase do sonho. Quer dizer, não é que deixasse de fantasiar, nada disso, mas as minhas imaginações tornaram-se mais tangíveis, quase realidades que gosto de apalpar. É certo que sempre gostei de homens mais velhos. Às vezes interrogo-me neste porquê e nunca chego a qualquer conclusão. Talvez fosse porque sempre admirei o meu pai. Lembro-me de ser mais nova, adolescente, e, estando deitada na relva lá no quintal a olhar para as estrelas, pensar que um dia se me ligasse a alguém teria de ser muito parecido com o meu progenitor.
Quando acabei o curso de jornalismo, há uns anos, surgiu a hipótese de ir estagiar para o “Questões Nacionais”. Aquilo, sendo um blogue, não era grande “espingarda”, mas a possibilidade de escolha não era grande. E depois, confesso, mal olhei lá para o director, o Luís Fernandes, foi um olhar de “caixão à cova”. Gostei logo do gajo. Foi o pior que me poderia ter acontecido. Já estão a ver tudo não é? Pois é. Nem preciso de contar. Foi um naufrágio maior que a nau Portugal. Perdi tudo. Está bem que a crise apanhou-nos em cheio, mas eu, sendo um bocado inocente, confiei de mais. No princípio, quando andava à volta de mim, como abelha em busca de pólen, era muito carinhoso. Até me oferecia flores. Era “querida para aqui, amor para acolá”. Depois, com o tempo, à medida que passei a carne requentada, já não me ligava nenhuma. Pior do que isso, com a desculpa de falta de anunciantes, já nem me paga o ordenado há meses. Cá na casa está tudo com salários em atraso. Desde o “Olho de Lince”, ao Arnaldo “ver p’ra além da opacidade”, até ao chefe de redacção, que me parece, pelas semelhanças físicas, este último, será alma da mesma alma.
Em face de tudo isto, a nossa ligação tem vindo a esfriar mais do que o relacionamento entre o Sócrates e o Passos Coelho. Quase já só trocamos mensagens por e-mail. Colocar os meus olhos nos olhos dele nem pensarem.
Então ontem recebi uma comunicação: “apresente-se às 20h30, no hotel Dona Inês, para fazer a cobertura do jantar dos Bombeiros Voluntários”. Assim mesmo, com esta secura toda. Sem mais nem menos. Nem perguntava se tinha roupa em condições para aparecer lá no hotel nem nada. O que é que eu fiz para merecer isto? Acho que nada. Mas para grandes males grandes remédios. Como tinha pouco dinheiro, fui ali ao chinês Chen, na Praça do Comércio, às antigas Galerias Coimbra, e tive de me abastecer lá. Olha, há uns anos atrás se eu alguma vez entrava numa loja chinesa para comprar fosse lá o que fosse. Mas os tempos mudaram, pronto, agora ando a contar espécimes, e lá fui eu ao Chen. Então não é que comprei lá uma saia e um top lindos por meia dúzia de cêntimos? Como é que estes gajos de olhos em bico conseguem vender artigos tão baratos? Ai meu Deus! Estes tipos rebentam com tudo. Bem, é certo que a saia, como tinha um palmo de comprimento, também não tinha grande pano e o top a mesma coisa, é lógico, só por isso, se outro motivo não houvesse, também tinham de ser baratos.
Então à noite, próximo da alegria do estômago –a propósito, esperava que me oferecessem lá o jantar-, perfumei-me toda com um perfume da Pétala, que o Armindo, o dono da perfumaria, há tempos me presenteou –agora que recordo isso, na altura nem pensei, por que razão é que ele me deu a fragrância? Ai o gajo, às tantas anda a tentar atirar-se à fruta!
Dizia eu, então, que depois de um banho de rosas e de me perfumar de alto a baixo e nas cavidades interiores, vesti o equipamento e fitei-me ao espelho. Ai, meu nosso Senhor Jesus Cristo!! Se ele me visse assim até ressuscitava outra vez. Bem sei que não me conhecem, é óbvio, mas, começando de baixo para cima, podem imaginar-me com umas pernas melhores do que as da Shakira, cobertas com uma tanga de um palmo, e uns seios mais espetados que a Nereida, a namorada do Cristiano Ronaldo. Dá para antever, dá? Agora coloquem sobre um rosto arredondado de anjo serafim uns cabelos compridos, negro azeviche. Claro que, assim vestida no meio dos homens, sou uma espécie de meteorito em raio de luz intensa, que eles não podem deixar de contemplar. Nem preciso de dizer mais nada. Vamos lá ver o que acontece quando entrar na unidade hoteleira.
Seriam então 20h30 quando transpus a entrada da sala do hotel Dona Inês. Começou tudo a olhar para mim. Os homens pareciam querer comer-me com os olhos. As mulheres, que não podem com a concorrência, apetecia-lhes fulminar-me.
É pá, só gente fina! Quase tudo pessoal do Partido Socialista. Era o Arnault, o Cidade, O Clemente, o Rochete, era o Soares, era o Rui de Almeida, era o Páscoa. Ena pá! aquilo parecia o congresso do PS. O João Silva –que por acaso estava um “pão” e não tirava os olhos das minhas pernas- tem muita gente que gosta dele e que não o esqueceu desde o tempo em que esteve na autarquia.
Empresários estavam lá alguns, desde o dono da Renault em Coimbra, até ao proprietário do hotel Dona Inês, passando pelo António Cruz, o Arménio Pratas, o Fernandes oculista, o Diogo, dos carros de instrução, a Luísa, das antiguidades, o Luís, da Loja das Meias, e mais um tipo que tem uma loja ali no Largo da Freiria, que nem me ocorre agora o nome, mas, diga-se a propósito, por obrigação aos soldados da paz, deveriam estar lá muitos mais, e nem por isso enchiam um olhar. Estavam lá também o Henrique Fernandes, O Governador Civil, e o presidente da Câmara, o Barbosa de Melo.
Gostei de ver ser atribuída a medalha de ouro ao ex-presidente da direcção Fausto Garcia. Fartei-me de bater palmas. Mas vejam bem que até ele, que deveria era contemplar a medalha que recebeu, estava sempre a mandar-me olhares lascivos.
Outro que não tirava os olhos do meu corpo era o maestro Virgílio Caseiro. Às tantas, sei lá, pelas minhas generosas formas, imaginava-me uma guitarra. De tal modo que, prometendo estar dez minutos a discursar, acabou por se perder pelos quatro elementos do tempo; meteu água, perdeu-se na terra, e a olhar para as minhas mamas, até quase que pegava fogo e lhe faltava o ar.
Ah, é verdade, jantei bem. Estava tudo muito bom. O João Silva está de parabéns. Uma grande salva de palmas para os nossos bombeiros!

1 comentário:

Anónimo disse...

O Luis vai certamente perder a sua preciosa colaboradora e não vai demorar muito tempo,com todo esse charme vai lá vai
Aconcelho a fazer uma parceria mais abragente mas!!!! tem de melhorar o cache e pôr as contas em dia, não vá ser comvidada pela APBC para passagens de modelos e depois! lágrima no canto do olho.
Só não gostei do salto podia ser um pouco mais alto,a côr até que estava bem..... lol